O Bayern de Munique é um dos maiores clubes do mundo e com uma mentalidade rigorosa que já lhe rendeu quatro títulos do Mundial de Clubes, seis da Liga dos Campeões da Europa, uma da Liga Europa, três da Supercopas da UEFA e 32 do Campeonato Alemão.
Para esta temporada, o Bayern de Munique formou um elenco sem jogadores sul-americanos. Não há, portanto, sequer um jogador brasileiro no grupo comandado pelo técnico alemão Thomas Tuchel.
Do grupo, 10 são alemães, cinco são franceses, três holandeses, dois senegaleses, um português, um croata, um suíço, um camaronês, um marroquino e um canadense. E pensar que o clube sempre apostava em jogador brasileiro para ser o astro do seu elenco.
“É uma decisão de mercado, não há nada contra os jogadores brasileiros. Hoje, o clube pede jogadores com nível técnico altíssimo, com grande entendimento tático e condição física diferenciada”, revelou Stefan Bergkrausse, empresário germano-brasileiro representante de cinco clubes alemães na América do Sul, ao Torcedores.com, antes de prosseguir:
“Embora seja um celeiro de craques, o futebol brasileiro não produzia um jogador diferenciado desde os tempos de Neymar. Hoje, nós temos o Vinícius Jr e o Endrick. Penso que é muito pouco para um país exportador de craques. Essa entressafra prejudicou muito os clubes que perderam terreno em um bom mercado da Europa”, finalizou.
Derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha foi divisor de águas
O Bayern de Munique já prestou muitas reverências ao nosso futebol. Rafinha, Lúcio, Giovanni Élber, Jorginho e Paulo Sérgio são jogadores lendários. Os torcedores lembram até hoje os feitos dos brasileiros que vestiram a camisa do clube desde 1991.
Porém, a relação entre Brasil e Alemanha esfriou desde histórica goleada por 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo de 2014. O Bayern de Munique, por exemplo, não compra jogadores brasileiros há quase oito anos.
“Os dirigentes do clube são muito exigentes e querem reforços que estejam no mesmo nível dos jogadores que estão lá. O Bayern se encontra num patamar financeiro que permite a contratação de qualquer atleta que esteja em atividade na Espanha, França, Inglaterra e Itália, conta a jornalista Martina Farmbauer, correspondente do Bild, no Brasil desde 2014.
Em julho de 2015, o clube Bávaro movimentou a janela de transferências, quando adquiriu Douglas Costa junto ao Shakhtar Donetsk. O ex-atacante do Grêmio custou 30 milhões de euros (R$ 163,6 milhões, à época) aos cofres do clube alemão.
“O Douglas Costa chegou com craque no Bayern. Ele já chegou falando alemão. Isso ajudou muito. Se adaptou muito rápido a rotina de treinos e ao futebol praticado na liga. As boas atuações, os títulos e a relação com a torcida o colocaram entre os ídolos da história recente do clube”, lembrou.
Depois dele, apenas um jogador passou por lá: Philippe Coutinho que chegou por empréstimo do Barcelona. E foi só. Ele acabou sendo devolvido ao clube catalão após enfrentar dificuldades para se adaptar ao país e acumular uma série de lesões musculares.

