O Palmeiras inaugurou o Allianz Parque em 2014, em parceria com a WTorre, no que todos diziam ser um modelo de negócio bem-sucedido e exemplo para os demais clubes do Brasil.
Desde então, o Verdão se tornou mais forte e venceu diversos títulos. Muitos atribuem este sucesso a chegada do novo estádio.
Porém, ultimamente, essa relação entre o Palmeiras e a WTorre tem ficado mais estremecida. Se antes as reclamações era de perder o estádio em jogo decisivo por conta de shows, agora a reclamação é mais séria.
O Palmeiras cobra na Justiça mais de R$ 120 milhões de repasses que teria direito desde 2014 e que não foram pagos pela Real Arenas, braço da WTorre responsável pelo estádio.
Péssimo negócio para o Palmeiras
Em entrevista ao “ge”, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, deu mais detalhes sobre esse entrave e criticou a empresa. Leila afirma, então, que financeiramente, não tem sido uma parceria boa para o clube.
“A Real Arenas não paga ao Palmeiras há oito anos. Desde o fim de 2014, pagaram apenas sete meses do que o clube tem direito, de percentuais de receitas, como aluguel para shows, naming rights, restaurantes, cadeiras, camarotes”, iniciou Leila, que completou:
“Quando falam que o Allianz é um case de muito sucesso, não é um case de sucesso. Seria, se pagassem o que devem. É mentirosa a alegação de que é um sucesso. É para eles, que ganham 100% das receitas, às custas de uma propriedade do Palmeiras. Até hoje, para o Palmeiras, foi um péssimo negócio financeiramente”, detonou a presidente.
Relacionamento e tentativa de acordo
Ainda ao “ge”, Leila Pereira conta como é a relação do clube com a Real Arenas. Segundo ela, o relacionamento tem piorado nos últimos anos, se tornando cada vez mais frio.
“A relação está pior porque a Real Arenas não paga o Palmeiras, não cumpre o que está previsto no contrato. É só isso. É um relacionamento de credor e devedor, como temos milhares no país. Eles precisam cumprir o contrato. Não é um case de sucesso. Eles não cumprem o determinado no contrato”.
Por fim, Leila Pereira diz que o Palmeiras tenta um acordo amigável desde a gestão anterior, mas sem sucesso. Então, a solução foi mesmo acionar à Justiça.
“O presidente Maurício Galiotte, no último ano de gestão, tratou disso e disse que estava encaminhado um acordo. Quando sentei para tratar disso, soube que não tinha nada assinado. Conversei durante um ano de mandato e foi sugerido um acordo completamente desfavorável ao Palmeiras”.
“Eu jamais iria propor ao Conselho Deliberativo ou ao Conselho de Orientação e Fiscalização uma proposta em que o Palmeiras seria tão prejudicado. Quando vi que não teria solução, percebi claramente que o intuito deles era não pagar absolutamente nada, ficar conversando sobre propostas de acordo o restante dos anos que faltam nesta parceria, aí encerrei ao assunto e falei: o que vocês querem é não pagar nada”, contou a presidente.

