Nos últimos meses, o futebol brasileiro ganhou as páginas policiais com a operação Penalidade Máxima, onde foi descoberto um grande esquema de manipulação nos jogos em apostas esportivas.
Os jogadores eram pagos para levarem cartão amarelo, vermelho ou cometerem pênaltis. Nos casos que foram descobertos, esse tipo de aposta era o mais comum.
Mas, em uma audiência realizada hoje (27), na CPI da Manipulação dos Resultados no Futebol, o Ministério da Fazenda anunciou a criação de um dispositivo que consegue identificar apostas suspeitas em tempo real. As apostas suspeitas seriam, por exemplo, uma aposta muito alta em uma determinada coisa.
“Quando a gente estiver os sistemas instalados e verificar uma aposta que nos chame atenção, uma aposta, por exemplo, de R$ 1 milhão em um escanteio, isso vai ligar dentro do Ministério da Fazenda um sinal amarelo e casado com sistemas que já existem hoje de acompanhamento de comportamento padrão dos atletas, nós vamos poder determinar as empresas que retire aquele jogo do card”, disse o assessor José Francisco Manssur.
“A escala vai de 1 a 5. Se [a partida] atingiu um padrão de suspeita superior a 2 e nós vamos poder, preventivamente, mandar tirar”, completou.
Casas de apostas serão regulamentadas
Esse sistema que detecta apostas esportivas suspeitas, será implementado nas casas que irão ser regulamentadas no Brasil. Essas empresas vão estar cadastradas no Brasil e, a partir daí, o governo pode ter autonomia para agir caso detecte algo suspeito.
Em maio, quando cresceu os casos de manipulação, o governo brasileiro propôs uma regulamentação para as casas. Na CPI, porém, Manssur afirmou que a proposta ainda não foi enviada para o Congresso Nacional.
“Pretendemos, nos próximos dias, na forma de uma MP e de um PL, submeter ao CN para que os senhores e senhoras deputados possam contribuir com as ideias, com o debate e o aprimoramento do texto que vamos enviar” disse.

