Segundo uma ação por discriminação racial movida contra a NFL nesta terça-feira (12), o dono do Buffalo Bills, Terry Pegula, supostamente fez um comentário racista sobre jogadores negros na liga. O processo foi aberto pelo experiente repórter Jim Trotter.
Trotter alega na ação judicial que, em 2020, um colega da NFL Media recordou uma conversa que ele teve com Pegula, que estava falando com o repórter sobre as iniciativas de justiça social da NFL e o movimento Black Lives Matter.
O jornalista, que não foi identificado no litígio, contou a Trotter e aproximadamente outros 40 companheiros de trabalho da NFL Media durante uma videochamada no Zoom que Pegula disse: “Se os jogadores negros não gostam daqui, eles deveriam voltar à África e ver o quão ruim é lá”.
A ação legal afirma que Trotter, que é negro, pressionou os executivos da NFL Media a investigar os comentários de Pegula, os quais foram “altamente ofensivos e racistas”, mas alega que ele foi “repetidamente ignorado e informado de que ‘o escritório da liga está investigando’”.
Pegula negou ter feito o comentário.
“A declaração atribuída a mim no processo do senhor Trotter é absolutamente falsa”, disse Pegula em nota. “Estou horrorizado que alguém me ligue a uma alegação deste tipo. Não há lugar para racismo na nossa sociedade e estou pessoalmente enojado que o meu nome esteja associado a essa queixa”.
Acusação contra Jones
Além de Terry Pegula, a ação judicial também menciona o proprietário do Dallas Cowboys, Jerry Jones, que supostamente disse a Trotter em 2020 que: “Se os negros se sentem assim, eles deveriam comprar o seu próprio time e contratar quem eles querem contratar”.
Segundo alegações, o comentário de Jones foi feito durante uma conversa com Trotter sobre “por que os times têm poucos negros tomadores de decisão”, de acordo com o processo. Trotter, que descreveu a conversa como “bastante controversa”, afirmou que o proprietário dos Cowboys que ele e Trotter “deveriam ‘concordar em discordar’ sobre os problemas raciais da NFL”.
Nem Jones nem os Cowboys comentaram publicamente sobre as acusações desta terça-feira, segundo a ESPN dos Estados Unidos.
Passagem de Trotter pela NFL Network e resposta da liga
O emprego de Trotter na NFL Media, de propriedade da liga, que supervisiona a NFL Network, encerrou no início deste ano. A ação judicial, movida no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, nomeia a NFL e a NFL Network como réus e alega que Trotter foi dispensado porque “desafiou o comissário Roger Goodell e outros em relação ao histórico de discriminação e a falta de diversidade na NFL”.
A NFL divulgou uma nota contestando as queixas de Trotter.
“Nós compartilhamos da paixão de Jim Trotter pelo jornalismo de qualidade criado e apoiado por um ambiente diverso e inclusivo”, disse a liga. “Levamos as suas preocupações a sério, mas contestamos veementemente suas alegações específicas, particularmente aquelas feitas contra os seus dedicados colegas da NFL Media”.
A liga afirmou que o contrato de Trotter não foi renovado como resultado de decisões de negócio feitas para enfrentar uma “economia desafiadora e um ambiente de mídia em mudança”.

