Samuel Xavier pelo Fluminense. Foto: Max Peixoto/DiaEsportivo/Alamy Live News
O Fluminense deu um passo importante nesta terça-feira. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro protocolou o projeto de lei que cria a Operação Urbana Consorciada do Estádio Manoel Schwartz. A assinatura do presidente da Câmara, Carlo Caiado, oficializou o início do processo. A proposta permite a venda de até 103 mil metros quadrados de potencial construtivo. O clube espera arrecadar entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.
Laranjeiras será completamente revitalizada
O estádio das Laranjeiras é tombado e está subutilizado. Agora, terá uma reformulação total. A capacidade deve chegar a cerca de 7 mil torcedores. As arquibancadas serão renovadas. Uma nova arquibancada coberta deve receber cerca de 700 pessoas. Além disso, o estádio terá gramado sintético, drenagem moderna, sistema de irrigação atualizado e iluminação nova. O complexo ganhará novas cabines de imprensa, praças de alimentação, sanitários e rotas de emergência.
Os valores arrecadados terão uso exclusivo nas obras definidas pela lei. O dinheiro não poderá quitar dívidas, pagar salários nem financiar uma eventual SAF. Portanto, todo o recurso ficará restrito às melhorias estruturais das Laranjeiras e do CT Carlos Castilho.
A sede do clube também passará por reformas. O projeto prevê novo auditório, estacionamento para 145 vagas, quadras reconstruídas, áreas técnicas renovadas, parque aquático atualizado e lojas temáticas. O teatro será restaurado. Os espaços de convivência serão ampliados. O entorno terá calçadas revitalizadas, arborização, iluminação pública e formas mais eficientes de acessibilidade.
CT Carlos Castilho será ampliado
O projeto também abrange o centro de treinamento. O plano prevê expansão administrativa, conclusão da área de hotelaria, novos gramados e reformas gerais. Com a venda do potencial construtivo, o clube poderá adquirir terrenos vizinhos. Isso permitirá integrar melhor Xerém ao time profissional no CTCC, aproximando categorias de base e elenco principal.
O clube também quer ampliar a presença social na Cidade de Deus, onde fica o CT Carlos Castilho. A direção planeja abrir uma escola do Fluminense na comunidade. Além disso, o clube deve adotar um campo local. A ideia inclui reforma do espaço, entrega de material esportivo e presença de professores.
Clube detalha histórico e reivindica justiça
O presidente Mário Bittencourt destacou o caráter histórico do estádio. Segundo ele, o Fluminense foi pioneiro ao construir um espaço para grandes públicos quando o futebol carioca ainda atuava em campos cercados por grades. Ele lembrou também que parte do estádio foi retirada nos anos 60 para a abertura da Avenida Pinheiro Machado e do túnel que conecta a Zona Sul à Zona Norte. O dirigente afirmou que a cidade agora devolve ao clube a chance de revitalizar sua casa.
Para acessar o dinheiro, o Fluminense terá de criar uma Sociedade de Propósito Específico. Essa entidade administrará a venda do potencial construtivo. A liberação dos valores acontecerá conforme o andamento das obras. Um Conselho Consultivo acompanhará todo o processo. O grupo terá representantes da Prefeitura, da Câmara, do clube, da SPE e de moradores da região. A operação terá validade de 120 meses após sua publicação.
Câmara vê projeto como avanço para cidade e esporte
Carlo Caiado afirmou que a proposta é importante para o Rio. Ele considera que Laranjeiras e o CT Carlos Castilho precisam de estrutura moderna e segura. Para ele, o modelo de operação urbana fortalece o esporte, amplia investimentos e melhora a cidade como um todo.
O projeto começará a tramitar na Câmara. Ele vai passar por comissões temáticas antes da votação no plenário. A expectativa é que o clube consiga iniciar a comercialização do potencial construtivo entre o fim de 2026 e o início de 2027. A ordem de prioridades da Câmara inclui São Januário, o Autódromo de Guaratiba e o Parque Imagine. Depois desses processos, será a vez das Laranjeiras.

