Apostar na Betano
Há uma moda nas academias (principalmente na modalidade de musculação) com os pré-treinos. Por exemplo, a utilização do óleo de coco (como um pré-treino) vem ficando popular, mas do ponto de vista fisiológico e bioquímico exigido pela musculação não faz o menor sentido. Para usarmos um pré-treino ou qualquer suplemento (“dito” ergogênico) no esporte precisamos saber se, de fato, aquele suplemento melhora a performance. Mas o que é mesmo performance?
O termo performance é de origem inglesa, e não deve ser traduzida para português, normalmente vemos a tradução para realização, façanha ou feito, mas são apenas adjetivos da performance. Por exemplo, em experimentos científicos, os resultados obtidos frente a diferentes testes são chamados de performance; no esporte, as competições visam medir a performance, assim, teoricamente, quem tiver a melhor performance vence a competição. Em linhas gerais podemos dizer que a performance está relacionada a eficiência, então, quando dizemos que um atleta melhorou sua performance devido a algum suplemento, queremos dizer que o organismo dele ficou mais eficiente com aquele suplemento.
Cabe salientar que desempenho é diferente de performance, apesar de parecerem sinônimos. Nesse sentido, desempenho quer dizer realizar, cumprir ou desempenhar algo, já performance seria o quanto o cumprimento, a realização ou o desempenho daquela ação foi eficiente frente ao parâmetro desejado.
No esporte, não é tarefa fácil demonstrar que um suplemento melhorou a performance atlética, porque vários fatores à influenciam, por exemplo, temperatura ambiental e corporal, hidratação, motivação, composição corporal, estado de nutrição do atleta, genética, etc. Por exemplo, não há um consenso científica que afirme que qualquer suplemento, que não seja considerado doping (ou o carboidrato- Russell e Kingsley, 2014), aumente a performance no futebol. Nem à creatina, o suplemento mais estudado na nutrição esportiva pode ser considerado um ergogênico no futebol.
Entretanto, é sabido que a falta de vários nutrientes diminui a performance no esporte em geral, ou seja, a má administração nutricional é a principal responsável pela pobre performance atlética, por isso surgiu a nutrição esportiva (união da nutrição e fisiologia do exercício) como uma promissora área de conhecimento. Seria digno de “façanha”, conseguir que o atleta mantenha um ótimo estado de nutrição durante a prática esportiva (ou seja, suprir as necessidades de macro e micronutrientes, além de estar em um ótimo estado de hidratação) e, além disso, utilizar algo que poderia aumentar ainda mais à sua performance (ou seja, um ergogênico).
Nem todo suplemento que tem o potencial de aumentar a performance em uma atividade terá o mesmo potencial para outra, porquê certamente o mecanismo de ação dele só servirá para uma condição fisiológica/bioquímica específica. Por exemplo, utilizar cafeína para atividades de tiro ao alvo ou aula de pilates; utilizar o Bicarbonato de Sódio ou Beta-Alanina numa competição de powerlifting, fisiologicamente/bioquimicamente, não faz sentido para aumento da performance nessas atividades. Pensando nisso, quando formos adquirir um suplemento para aumento de performance, devemos informar ao nosso nutricionista as características da nossa atividade atlética (ou seja, intensidade e duração).
Há um interessante livro de nutrição esportiva (Fink et al., 2013) que faz uma compilação de tipos de suplementos que poderiam aumentar/beneficiar a performance em atividade de caraterísticas fisiológica/bioquímica similares.
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