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O futebol não costuma ficar ileso diante de problemas políticos. Aliás, ele é normalmente um dos mais afetados. É isso que está acontecendo na Liga dos Campeões da Ásia. Alguns clubes estão ameaçando boicotar partidas contra clubes iranianos em solo iraniano. O boicote seria ainda por causa do abatimento de um avião do Iraque por engano. Tudo aconteceu no meio das tensões do país com os Estados Unidos. Logo depois de passar três dias negando as acusações, o Irã assumiu a responsabilidade pela queda da aeronave.
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Para contornar a situação, a Confederação Asiática de Futebol (AFC) tinha pensado em uma solução. A solução seria fazer os clubes iranianos jogarem as suas partidas em casa, em um campo neutro. Ou seja, as partidas que seriam disputadas ao lado dos seus torcedores, passariam a ser disputadas em outro país. Mas a ideia não parece ter agradado em nada ao grande escalão do futebol iraniano.
O descontentamento ficou expresso na voz de Mahmoud Vaezi. Ele é nada menos que o chefe do gabinete do presidente do Irã. De acordo com ele, esta ideia representaria o “lado político e não profissional da AFC”. Aliás, ele também classificou a ideia como “antidesportiva”. Representantes dos clubes iranianos na competição também não aceitaram essa solução e ameaçaram abandonar o torneio caso a ideia fosse pra frente.
Vale lembrar que o Irã tem quatro representantes na competição. São eles Persépolis, Esteghlal, Sepahan e Shahr Khodo.
Nova solução
Nesta quinta-feira (23), uma nova solução passou a ser considerada com mais força. A AFC sugeriu que os quatro clubes iranianos da competição jogassem suas três partidas fora de casa já neste início de ano. Os jogos acontecem entre os meses de fevereiro e março. Espera-se que logo depois deste período, os ânimos estejam menos aflitos no Oriente Médio. Dessa forma, as equipes poderiam completar sua tabela de jogos em casa. Ou seja, ao lado do seu torcedor.
Erro
A guarda revolucionária do Irã abateu o avião ucraniano no dia 8 de janeiro deste ano. Centenas de pessoas morreram. O país confirmou que foi um erro, pediu desculpas e prometeu responsabilizar os culpados. Mas não falou quem seriam esses culpados, nem como eles seriam punidos. O engano custou caro e aumentou a revolta popular contra o país. Uma parcela da própria população local realizou protestos contra o regime.
