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Rafael Oliveira: as marcas de Aguero na Premier League

O atacante argentino é o estrangeiro com mais gols na era moderna do Campeonato Inglês

Rafael Oliveira
Jornalista, com passagens por Esporte interativo e ESPN, e colunista do Torcedores.

A goleada do Manchester City sobre o Aston Villa transformou Sergio Aguero no maior artilheiro estrangeiro da era Premier League (período moderno do campeonato nacional, que começou em 1992/93).

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Com o hat-trick do último domingo, agora são 177 gols marcados pelo argentino, superando Thierry Henry no topo da lista. No ranking geral, que também inclui jogadores britânicos, apenas três figuras históricas estão na frente: Alan Shearer, Wayne Rooney e Andy Cole.

Aguero caminha para a sexta temporada seguida de pelo menos 20 gols na Premier League, uma marca de respeito em uma liga tão competitiva. Desde que chegou ao City, em 2011, virou um sinônimo de gols, assumiu a artilharia histórica do clube e virou uma lenda que representa o período mais vencedor da equipe, ao lado de Vincent Kompany, David Silva e Yaya Touré.

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A grande curiosidade é que, por mais que o nome esteja escrito em tantos capítulos, Aguero não é uma figurinha tão carimbada nas seleções das temporadas na Inglaterra. Apareceu em apenas duas, justamente nos dois últimos anos, no bicampeonato nacional do Man City. Durante muito tempo, foi discutido se havia alguma rejeição ao jogador, que ficou atrás de Harry Kane, Romelu Lukaku, Jamie Vardy, Diego Costa, Sturridge, Suárez, Van Persie e Wayne Rooney em votações anteriores.

A concorrência é, naturalmente, muito grande nas premiações individuais. E Aguero não parece ser um jogador que vá ficar marcado por características táticas ou por condicionar partidas por determinada movimentação ou função específica. Isso talvez tire um peso adicional que poderia existir.

Quando a história da Premier League é contada, outros jogadores costumam ganhar maior destaque pela influência que levaram ao futebol inglês. É o caso de Henry, Zola, Cristiano Ronaldo, Drogba, Van Nistelrooy, Bergkamp, Hazard e vários outros ao longo dos últimos 27 anos.

Aguero entra em outro perfil de lista. Na dos goleadores mais implacáveis e decisivos. Mesmo com lesões ao longo da década, não perdeu o poder de finalização que faz dele um atacante de destaque. O argentino pode não ter a versatilidade tática de outros nomes, mas nem precisa. Seus movimentos próximos da área adversária causam estrago e, em uma liga tão física, a presença de um atacante de 1,73m é sempre sentida dentro da área.

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Não é a referência da bola aérea, mas sabe atacar os espaços, seja conduzindo a bola ou arrancando em espaços curtos para ser acionado em condições de bater para o gol. Encaixou como o finalizador ideal para um time que domina os adversários e trabalha com a bola no chão, como é a equipe de Guardiola.

Com a enorme transformação do futebol inglês nas últimas décadas, Aguero talvez simbolize a versão atual, com outras características e valências, do goleador implacável do campeonato, figura muito marcada por Alan Shearer nos anos 90.

Como disse Guardiola em entrevista coletiva, “Aguero vai morrer marcando gols”. Com 31 anos, ainda é possível imaginar mais algumas temporadas somando marcas relevantes. Sorte do Manchester City e contexto não tão simples para Gabriel Jesus, que acaba perdendo minutos em campo por motivos totalmente compreensíveis.