Home Esportes Olímpicos Sindicato de jogadores de futebol promete defender atletas que protestem nas Olimpíadas

Sindicato de jogadores de futebol promete defender atletas que protestem nas Olimpíadas

Comitê Olímpico Internacional (COI) ratificou a regra que impede atletas de protestar politicamente nos Jogos Olímpicos. Decisão ainda gera polêmica

Aécio de Paula
Colaborador do Torcedores.com.

Ainda segue causando polêmica a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de ratificar a regra que impede atletas de protestar nas Olimpíadas. Desde a decisão, vários atletas e entidades já criticaram a decisão. Muito se fala em ataque ao livre pensamento e ao livre direito de se manifestar. Nesta quarta-feira (22), mais uma instituição criticou a decisão. Trata-se do Sindicato Internacional dos jogadores de futebol.

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A entidade prometeu que vai defender duramente os atletas de futebol que protestarem durante as Olimpíadas. “A liberdade de expressão em questões como antidiscriminação e igualdade de gênero precisa ser protegida de uma regra hipócrita”, disse o secretário geral do sindicato, Jonas Baer-Hoffmann. A entidade é mais conhecida como FIFPro. Ele deu essa declaração em uma conferência na Organização das Nações Unidas (ONU).

No início deste mês, o COI publicou um longo documento onde explica as razões da proibição de gestos políticos nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Aliás, os atletas não têm permissão para protestar de nenhuma forma. Eles não podem fazer gestos políticos nem nas arenas olímpicas, nem mesmo nas proximidades das arenas olímpicas. O relatório também explica as possíveis penas para os atletas que violarem a regra 50 da Carta Olímpica.

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A regra 50 da Carta Olímpica é a que fala justamente que os atletas não podem levar suas indignações pessoais para um evento de caráter coletivo. Esta é portanto a regra que serve de base para a ratificação que está acontecendo agora.

O que diz o sindicato

Na Conferência realizada na ONU, Baer-Hoffmann disse ainda que vai lutar contra a famigerada regra. “Sentimos portanto que sua liberdade de expressão anula qualquer outro interesse que possa estar em jogo aqui”, disse ele. Vale lembrar que a FIFPro representa hoje cerca de 65.000 jogadores profissionais.

Além disso, ele também fez elogios aos atletas que protestam por temas aos quais chamou de “fundamentais”. Ele lembrou questões como racismo e remuneração igual para mulheres especialmente em sua modalidade. Neste sentido, vale lembrar da norte-americana Megan Rapinoe. Ela já se manifestou de forma contrária ao processo restritivo imposto pelo COI. Além disso, ela é conhecida, entre outras coisas, por advocar por diversas causas sociais e políticas.

“Eles (os jogadores) estão sendo acolhidos pelas pessoas para levar isso adiante e fazer o esporte parecer um agente de mudança na sociedade”, disse Baer-Hoffmann em uma audiência que contou com autoridades olímpicas na plateia. “E além disso, por outro lado, agora temos uma regra hipócrita que diz que, se você fizer isso em nossos locais, achamos que isso é uma ofensa sancionável”, completou.

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