Home Futebol Eliminação do Goiás na Copa Sul-Americana passa diretamente pela falta de jogo coletivo e pela grande atuação do goleiro Centurión

Eliminação do Goiás na Copa Sul-Americana passa diretamente pela falta de jogo coletivo e pela grande atuação do goleiro Centurión

Assim como no jogo de ida, Sol de América vence o Esmeraldino por 1 a 0 e segue na disputa; insistência nas bolas longas e afobação dos jogadores também contribuíram para o adeus precoce do Goiás

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

A decepção dos torcedores do Goiás ao final da partida no Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira era bastante justificável. O time comandado por Ney Franco perdeu novamente para o Sol de América e dava adeus à Copa Sul-Americana. Não que a equipe paraguaia tenha feito uma partida memorável. Bem longe disso. A estratégia de “El Danzarín” (“O Dançarino” em espanhol) era bem simples: se fechar na defesa e explorar a afobação dos jogadores esmeraldinos e os espaços que surgiriam às costas da defesa formada por Luiz Gustavo e Heron. E mesmo com quase 70% de posse de bola na partida (dados do SofaScore), o Goiás não conseguiu se organizar dentro de campo, controlar os nervos e superar o goleiro Victor Centurión, o grande nome da noite desta terça-feira (25). A impressão que fica é a de que o Goiás poderia ter ido bem mais longe na Copa Sul-Americana.

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A derrota por 1 a 0 no jogo de ida obrigou o Goiás a começar a partida pressionando o Sol de América desde o apito inicial. O grande problema, no entanto, estava na produção ofensiva da equipe. Com Rafael Moura isolado e o meio-campo sofrendo horrores para furar o eficiente bloqueio defensivo da equipe paraguaia, o 4-2-3-1 de Ney Franco logo sucumbiu à afobação dos jogadores esmeraldinos que, ou abusavam dos lançamentos longos buscando “He-Man” entre os zagueiros, ou tentavam resolver tudo na base das jogadas individuais. Do outro lado, o Sol de América apenas mantinha seu 4-4-2 bem compactado à frente da sua área e ia ao ataque apenas “na boa”. A situação ficou ainda mais tranquila para a equipe paraguaia quando Tadeu cometeu pênalti (bem marcado) sobre Vieira e Novick balançou as redes aos 26 minutos do primeiro tempo. O Goiás seguia com a posse da bola, mas errava demais no setor ofensivo, principalmente nas tomadas de decisão dos atacantes. A única boa chance da equipe esmeraldina foi uma cabeçada de Rafael Moura que Centurión foi buscar.

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O Goiás voltou do intervalo com muito mais volume ofensivo apesar de ainda apresentar os problemas já mencionados anteriormente. E para piorar ainda mais a situação dos comandados de Ney Franco, Victor Andrade (o melhor do Esmeraldino na partida), Keko, Léo Sena e Rafael Moura esbarraram na noite memorável do goleiro Centurión, que fechou o gol do Sol de América com defesas de cinema. Quando foi finalmente superado, He-Man acertou a trave direita. Ney Franco foi fazendo modificações e tentou colocar sua equipe para jogar numa espécie de 4-2-4 com as entradas de Caju, Mike e Vinícius nos lugares de Jefferson, Daniel Bessa e Miguel Ferreira. Do outro lado, o Sol de América apenas manteve sua estratégia, ganhou tempo com a afobação e as entradas mais ríspidas dos jogadores adversários e se fechou ainda mais na frente da sua área para garantir o resultado que queria. É possível dizer que o escrete comandado por Luis Islas (ex-goleiro campeão do mundo em 1986 com a Argentina) havia entrado em campo pensando apenas no empate. Mas o Goiás acabou “colaborando” demais com seu adversário.

O principal alvo da torcida do Goiás após a eliminação na Copa Sul-Americana foi o técnico Ney Franco. É bem verdade que o escrete esmeraldino perdeu Michael (que se transferiu para o Flamengo) e que ainda não pôde contar com seus principais reforços para essa temporada (o volante Sandro, o meia chileno Ignacio Jara e o atacante peruano Kevin Quevedo). Ao mesmo tempo, a nova derrota para o Sol de América foi apenas o décimo jogo da equipe em 2020. Muito pouco para se avaliar com clareza o trabalho de Ney Franco até o momento. Por outro lado, a apresentação do Goiás nas duas partidas contra o Sol de América (na competição onde já se sabia que o nível seria bem mais alto do que no Campeonato Goiano e nas primeiras fase da Copa do Brasil), o time deixou muito a desejar. Principalmente pela ausência de uma proposta de jogo clara e pelas jogadas de ataque se basearem apenas no talento individual de jogadores como Victor Andrade e Rafael Moura.

Ney Franco foi eleito o grande culpado pela eliminação do Goiás na Copa Sul-Americana. Resta saber se a diretoria vai ceder aos protestos da torcida ou se vai esperar mais um pouco, pelo menos até os reforços finalmente entrarem em campo. A “beira do caos” nunca esteve tão próxima do treinador.

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