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Rafael Oliveira: os obstáculos do Liverpool na Champions League

A derrota para o Atlético de Madrid, na ida das oitavas da Liga dos Campeões, vira um desafio para o embalado time que tem sobrado na Premier League

Por Rafael Oliveira em 19/02/2020 12:46 - Atualizado há 2 anos

liverpool
Michael Regan / Getty Images

O nível de confiança do Liverpool está nas alturas em 2019/20. Não por acaso. A enorme vantagem no topo da tabela dá a dimensão do que tem sido a regularidade em alto nível. A longa invencibilidade em uma liga como a inglesa reforça o status de quase imbatível. E, para completar, a equipe ainda é a atual campeã europeia.

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Diante de tantos fatores, era natural atribuir o favoritismo aos Reds nas oitavas da Champions. Ainda mais pela instabilidade do adversário na atual temporada. Só que novamente o torneio europeu impôs dificuldades ao Liverpool, algo frequente na temporada.

Os resultados na Premier League muitas vezes são conquistados com relativa naturalidade. A confiança é alta e, com o padrão de intensidade de Klopp e totais méritos próprios, a sensação é quase de uma questão de tempo para que a vantagem apareça no placar.

Na Liga dos Campeões, Red Bull Salzburg, Napoli e agora Atlético já impuseram outro nível de desafio. Cada um ao seu estilo. Por isso, a classificação na fase de grupos não foi tão simples e automática quanto parecia. E o confronto das oitavas também está distante de qualquer conforto.

Conforto talvez nem seja a palavra adequada. O Liverpool pode passar a imagem de equipe capaz de dominar e condicionar qualquer adversário, mas nunca é sem esforço. Pelo contrário. Faz parte do estilo da equipe manter um ritmo tão alto que, em algum momento, fará o rival sucumbir, seja pela diferença física, técnica ou mental.

E é na última palavra que está um ponto chave para os melhores momentos do Atleti de Simeone. Concentração. Ao longo da última década, poucas equipes foram tão capazes de manter a organização defensiva por 90 minutos quanto as diferentes versões “colchoneras” do argentino.

A partida de ida das oitavas foi um resgate do time sólido, concentrado e difícil de furar. E o Liverpool não achou soluções ofensivas para levar real perigo. Evidentemente, o gol cedo condicionou tudo e permitiu que a estratégia do Atlético fosse ainda mais baseada no trabalho sem bola.

Vantagem na grande área, boa proteção contra os movimentos de Firmino e segurança pelos lados. Com Felipe, Thomas Partey e Renan Lodi como alguns dos principais destaques, Oblak nem precisou trabalhar. É verdade que o Liverpool não contou com atuações tão inspiradas. Alexander-Arnold, que costuma criar situações de perigo com lançamentos e cruzamentos de qualquer parte do campo, esteve bem mais impreciso que de costume.

O fato é que o 1 a 0 torna o duelo ainda mais interessante. Reforça o choque de estratégias que já prometia, mas que parecia ligeiramente esvaziado pela diferença dos momentos. O Liverpool certamente tentará pressionar e sufocar um Atlético que sabe aguentar o bombardeio sem baixar a guarda.

Por mais que a Premier League seja um campeonato nacional tão exigente, sempre há novos e importantes desafios ao sair da Inglaterra para encarar equipes qualificadas e de perfis diferentes dos habitualmente enfrentados em nível local. Por mais forte que seja o Liverpool, um mata-mata reduz as diferenças, especialmente em tempos de tanto equilíbrio na Champions.

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