A situação da Itália diante da pandemia do coronavírus se tornou a mais grave em todo o mundo. O país ultrapassou a China, tornando-se o país com o maior número de mortes pela Covid-19 (3.405 contra 3.245).
Mesmo diante desse preocupante cenário, o Comitê Olímpico Internacional (COI) mantém a sua decisão de realizar as Olimpíadas de Tóquio na data original. O evento tem seu início programado para 24 de julho e encerramento em 9 de agosto de 2020.
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Diante disso, dois executivos do esporte na Itália tentam demover o COI dessa decisão.
Giovanni Petrucci, atual presidente da Federação Italiana de Basquete e ex-presidente do Comitê Olímpico Italiano, cargo que ocupou durante 14 anos, e Paolo Barelli, presidente das Federações Europeia e Italiana de Natação e vice da Federação Internacional de Natação (FINA) são os responsáveis por essa tentativa.
“Não sou contra os Jogos Olímpicos. Mas dizer que as Olimpíadas vão seguir é um grande erro de comunicação”,comentou Petrucci durante entrevista à agência Associated Press.
“Essa pandemia afeta o mundo todo. Eu sei que existem contratos bilionários. Eu sei disso tudo. Mas a vida humana vale muito mais que todas essas coisas”, completou o executivo.
Petrucci disse não ser o único a pensar dessa maneira, mas as outras pessoas têm receio de falar.
“Não quero atacar o COI. Há muitas pessoas lá que conheço. Mas eu não sei mais o que dizer. Não estou tentando criar uma controvérsia. Eu sou realista. É só olhar os boletins médicos”, disse.
A postura do COI em manter a data dos jogos em sua data original gerou o questionamento de vários atletas pelo mundo.
O Athleten Deutschland, principal grupo de advocacia na defesa de atletas alemães afirmou que o COI está “de maneira teimosa mantendo o planejamento dos Jogos”, mesmo diante das dificuldades dos competidores em seguir em forma e vivendo com as restrições impostas pelo coronavírus.
Barelli entende que o Comitê Olímpico Internacional deve emitir a decisão final até a metade do mês de abril.
“Até dia 15 de abril, haverá atletas que não treinam há dois meses. Atletas são como relógios. Eles precisam treinar para funcionar de forma impecável. A maioria deles precisa ainda se classificar, então eles precisam treinar não só para se classificar, mas também para as Olimpíadas, afirmou Paolo.
Todas as atividades esportivas na Itália se encontram suspensas há 10 dias, com o país vivendo em quarentena.
Vários eventos, como a seletiva olímpica da natação foram suspensos, não havendo data prevista para sua realização. Além disso, os treinos da equipe masculina de polo aquático, atual campeã mundial, não ocorrem há duas semanas devido ao fechamento das piscinas. Devido ao atual cenário, mais da metade da equipe de natação da Itália está impedida de realizar suas atividades.
“Quanto tempo eles podem ficar fora d’água? Se essa situação continuar em abril, falar de Olimpíadas é ridículo” questionou Barelli.
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