O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio mexe com a indústria de direitos de transmissão e patrocinadores. Para a edição japonesa foram firmados mais de US$ 3 bilhões de dólares em contratos de patrocínios com o Comitê Olímpico Internacional (COI), o que torna o evento esportivo mais patrocinado da história, segundo o Financial Times.
Em entrevista exclusiva, Leandro Borges, sócio da área de Contratos do escritório Velloza Advogados, explicou como ficarão os patrocínios pontuais que os comitês olímpicos tinham para 2020.
“O adiamento certamente trará prejuízo aos envolvidos, pois é provável que quase todos os contratos tenham de ser revisitados. Um patrocinador que planejava usar o evento para o lançamento de um produto, por exemplo, pode ter a necessidade de rever a exposição contratada, haja vista o adiamento para o ano seguinte.”, disse Leandro Borges, sobre os impactos que o adiamento poderá causar na relação com os patrocinadores.
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A Ajinomoto havia firmado um acordo com o COI que se encerraria no fim de 2020. Em julho de 2019, a empresa chegou a lançar o “Projeto Vitória”, iniciativa que apoia o esporte brasileiro. Desde março de 2019, a marca vem investindo no esporte brasileiro.
“Não temos conhecimento do teor do contrato e certamente a resposta dependeria muito de uma interpretação do que foi acordado entre as partes. Será muito importante que os envolvidos dialoguem e discutam um aditamento aos contratos que mitiguem os prejuízos para os envolvidos e aproximem as partes ao máximo do que foi inicialmente planejado com o patrocínio.”, disse o advogado, sobre os impactos e possível saída para essa situação.
Por fim, questionamos sobre o quanto a pandemia poderia afetar o valor que Japão previa adquirir com o turismo: “Ainda teremos que analisar. Dada a situação atual, é cedo para prever quais os impactos para o evento a ser realizado em 2021. A realização das Olimpíadas em 2021 servirá de marco para mostrar a capacidade de superação dos seres humanos.”, disse Leandro.
Atualização sobre o caso
Na última quinta-feira (26), o presidente do COI, Thomas Bach, disse que serão mantidos os contratos de patrocínio. A decisão da entidade havia colocado em dúvida o que seria feito com relação aos parceiros comerciais do evento. Dessa forma, logomarca, mascote, site, redes sociais e tudo mais que envolve o evento não terão nenhuma modificação.
“Entramos em contato com os patrocinadores e temos todo o apoio a essa decisão e trabalharemos para implementá-la. Para mim, é uma consequência lógica que os patrocinadores mantenham seus direitos com o evento sendo realizado em 2021.”, afirmou Bach.
Na lista de patrocinadores, General Electric, P&G e Dow Chemical possuem vínculo apenas até o final deste ano.
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