Foram 44 jogos de invencibilidade no Campeonato Inglês. 18 rodadas seguidas com vitórias. 79 pontos dos primeiros 81 disputados. Um festival de números fantásticos e absurdos.
O Liverpool 2019/20 já escreveu seu nome na história da Premier League e a confirmação da conquista é apenas questão de tempo. Mas a surpreendente e categórica derrota para o Watford ligou o alerta e começou a gerar questões sobre o nível recente das atuações.
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O alerta é válido ao considerar sustos anteriores e agora outras derrotas em um espaço curto de tempo. Em 18 de fevereiro, perdeu para o Atlético de Madrid na Champions. No dia 29, caiu a série invicta na Premier League. E, para completar, no dia 3 de março, veio a eliminação da Copa da Inglaterra para o Chelsea.
Não é motivo para exagero ou conclusões precipitadas. O anormal era sustentar marcas tão expressivas por tanto tempo, quase como uma máquina de obter resultados. O impacto da sequência negativa na avaliação da temporada é mínimo. Só não é nulo porque a relevância das oitavas da Champions League é indiscutível, e o confronto segue aberto para a partida da volta.
Queda física? Pode ser, mas as circunstâncias são curiosas. Desde o início da temporada, todos olham para o Liverpool esperando um momento de oscilação, especialmente por se tratar de um elenco curto e que joga sempre no limite da intensidade.
Só que o time passou por diferentes níveis de atuações e exigências ao longo dos últimos sete meses. Dezembro, por exemplo, foi o ápice da loucura do calendário apertado. Surpreendentemente, os Reds passaram com louvor pelo desafio, mesmo diante das lesões que apareciam e castigavam as opções de Klopp.
Entre períodos mais ou menos convincentes em campo, o Liverpool atingiu um nível de confiança muito alto. Mentalmente, o time não se abalava com o relógio passando ou com as adversidades. Sabia que era capaz e que, em algum momento, chegaria ao resultado. E só assim para entender como arrancava vitórias de jogos apertados, difíceis e decididos nos minutos finais. Mais um mérito para a lista.
O curioso do momento dos tropeços é que eles aconteceram logo após a breve pausa de inverno, criada para dar algum descanso aos clubes. O que deveria ajudar a reabastecer o combustível acabou freando o embalo.
E até mesmo os deslizes precisam ser relativizados. Um duelo contra o Atlético em Madri naturalmente seria difícil e perigoso. Uma derrota na Premier League, seja para quem for (e foi para o lanterna), ajuda a lembrar que o time é humano e falível. A eliminação para o Chelsea, por mais que tenha apresentado vulnerabilidade incompatível com o padrão da equipe, foi com escalação extremamente modificada.
Por enquanto, a sequência é apenas um alerta para o Liverpool. Anormal era continuar as séries que sustentou por tanto tempo. Agora, o desafio passa a ser observar como o grupo vai reagir a uma sensação que esteve distante do dia-a-dia. Ver se as derrotas abalarão a confiança ou se ficarão apenas como pequenos obstáculos de uma brilhante caminhada.
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