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Bicampeão nacional (1986 e 1991) pelo time do São Paulo, o ex-jogador Bernardo Silva também fez carreira no futebol internacional. Em 1991, ele defendeu o Bayern de Munique, no futebol alemão. No ano seguinte, representou o América, no futebol mexicano. Em 1994, foi jogador do Cerezo Osaka, no futebol japonês.
No programa Os Donos da Bola desta quarta-feira (10), Bernardo falou sobre os casos de injúria racial os quais foi vítima. Além disso, definiu o Brasil como o país mais preconceituoso do mundo.
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“Comecei na escola (a sofrer racismo), no meu primeiro ano de escola onde estudávamos eu e minha prima. Nós dois ficávamos num canto da sala. Era escola pública, mas éramos os únicos negros. Depois posso dizer inúmeras situações, mesmo como jogador de futebol”, iniciou Bernardo.
“Na Alemanha, dá até pra entender que naquele momento que eu cheguei no Bayern (de Munique), o Muro de Berlim tinha acabado de cair. Fazia dois anos. Era até aceitável que o alemão tivesse um pouco de preconceito”, prosseguiu.
“(Atualmente) eu vejo um respeito do alemão, do italiano. Tem muito pouco racismo. O Brasil é o país mais racista do mundo. Eu tenho toda a certeza pra poder dizer que não tem um país mais racista que o Brasil”, acrescentou o ex-jogador.
No decorrer da entrevista, Bernardo colocou o ‘homem branco’ como privilegiado e citou desigualdades sociais.
“O negro não tem acesso, ele é tolido de todos esses benefícios que o branco, de certa forma, acaba se privilegiando. Então o branco é um grande privilegiado, tem esses privilégios desde a abolição da escravidão. Permanecem intactos sem que ninguém faça nada”, observou.
Bernardo foi jogador entre 1984 e 1997. Ele representou os seguintes clubes: Marília, São Paulo, Bayern de Munique, Santos, América-MEX, Vasco, Internacional, Cerezo Osaka, Corinthians e Athletico.
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