Home Futebol Vasco sofre com o volume de jogo do Atlético-MG em noite para ser esquecida; confira a análise

Vasco sofre com o volume de jogo do Atlético-MG em noite para ser esquecida; confira a análise

Luiz Ferreira destaca os problemas do escrete comandado por Ramon Menezes na coluna PAPO TÁTICO

Luiz Ferreira
Produtor executivo da equipe de esportes da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, jornalista e radialista formado pela ECO/UFRJ, operador de áudio, sonoplasta e grande amante de esportes, Rock and Roll e um belo papo de boteco.

Antes de mais nada, é preciso dizer que o Vasco faz uma campanha muito melhor do que o esperado nesse Campeonato Brasileiro. Ainda mais para quem era apontado pela imprensa esportiva como um dos times que iria ficar na parte de baixo da tabela. Ou até pior. Por outro lado, a sequência de cinco partidas sem vitória na competição ligou o sinal de alerta em São Januário. Principalmente depois da péssima atuação do escrete comandado por Ramon Menezes diante de um intenso e ofensivo Atlético-MG. O golaço de Benítez fez com que muita gente pensasse (incluindo este que escreve) que o Vasco fosse, pelo menos, criar alguns problemas para os comandados de Jorge Sampoali. Só que o Gigante da Colina foi facilmente dominado ainda no primeiro tempo e ainda cometeu uma série de erros coletivos e individuais. Noite para ser esquecida pelos torcedores vascaínos.

PUBLICIDADE

Você conhece o canal do Torcedores no Youtube? Clique e se inscreva!
Siga o Torcedores também no Instagram

A ideia de Ramon Menezes era simples: fechar o lado esquerdo de ataque do Atlético-MG com a entrada de Miranda na lateral-direita e Carlinhos ao lado de Andrey no meio-campo. Benítez jogava mais por dentro e Vinícius e Talles Magno aceleravam pelos lados no 4-2-3-1 costumeiro do treinador vascaíno. O golaço do camisa 10 (logo no início de partida) criava o cenário ideal para o Vasco se fechar na defesa e aproveitar os contra-ataques. Só que o Atlético-MG respondeu cinco minutos depois e de maneira avassaladora na já conhecida e amplamente comentada variação do 4-3-3 para o 2-3-5 de Jorge Sampaoli. Pontas abrem o campo, meias atacam por dentro, Eduardo Sasha (a referência móvel) abria espaços e os laterais se transformavam em armadores. E a tarefa do Galo só ficaria mais fácil diante dos espaços generosos que haviam entre as linhas do time de Ramon Menezes.

PUBLICIDADE

O Vasco concedia espaços demais entre as suas linhas e só facilitou a vida de um Atlético-MG intenso e vertical. A imagem mostra como o escrete de Jorge Sampaoli esgarçou a defesa vascaína com muita movimentação ofensiva e na variação para um 2-3-5 com Guga e Guilherme Arana jogando como armadores. Foto: Reprodução / Premiere

A virada deixou o Vasco atônito e completamente perdido em campo. E até entender que precisava aumentar a intensidade nas transições, o escrete de Ramon Menezes se transformou numa presa fácil para o Atlético-MG. Ainda mais quando a equipe de Jorge Sampaoli aplica uma forte pressão no portador da bola logo ainda no campo ofensivo. O dois pênaltis marcados para o Galo, inclusive, saíram de lances em que Carlinhos e Marcos Júnior perderam a bola na frente da área e obrigaram a defesa a cometer as faltas dentro da área. E para fugir dessa marcação forte do Atlético-MG, é preciso ser tão ou mais intenso quanto ele nas transições ofensivas e defensivas, coisa que o Vasco não conseguia ser. Carlinhos e Marcos Júnior vacilaram no lance das penalidades, mas todo o escrete de Ramon Menezes sofreu demais com a marcação alta do Galo. Volume de jogo impressionante.

O Atlético-MG conseguiu mais dois gols a partir de vacilos de Carlinhos e Marcos Júnior na saída de bola. Mas é preciso notar que esses erros aconteceram por conta da forte marcação que o time de Jorge Sampaoli aplicava quando o Vasco tinha a posse de bola e tentava sair para o ataque. Foto: Reprodução / Premiere

PUBLICIDADE

É bem verdade que o Vasco tentou recuperar a concentração após o intervalo, mas seguia perdendo bolas no campo de defesa para o Atlético-MG. Além disso, a equipe perdeu o pouco da força ofensiva que tinha com a saída de Vinícus ainda no primeiro tempo. Não que o jovem estivesse fazendo uma grande partida, mas era uma preocupação a mais para Guilherme Arana e toda a defesa atleticana. As coisas pioraram ainda mais com a expulsão de Andrey no início do segundo tempo. A partir daí, Ramon Menezes fechou sua equipe num 4-4-1 e praticamente abdicou do ataque. O objetivo era tentar minimizar o estrago e não sofrer uma goleada ainda mais elástica. O Atlético-MG ainda acertou o travessão com Allan, mas diminuiu o ritmo nos minutos finais e até concedeu alguns (poucos) espaços na sua defesa que não foram aproveitados pelo já desgastado escrete vascaíno.

A expulsão de Andrey obrigou o Vasco a se fechar na defesa numa espécie de 4-4-1 para tentar minimizar o estrago no Mineirão. Do outro lado, mesmo diminuindo o ritmo no final do segundo tempo, o Atlético-MG seguia empilhando chances de gol. O volume de jogo da equipe de Sampaoli impressiona bastante. Foto: Reprodução / Premiere

A goleada sofrida neste domingo (4) deixa sim várias lições para o time do Vasco. Por outro lado, a sequência sem resultados positivos já chegou a cinco partidas, fato que fez com que o escrete de Ramon Menezes caísse para a nona posição da tabela. O treinador, inclusive, já vinha encontrando várias dificuldades para encontrar uma formação que dê o equilíbrio defensivo ideal para sua equipe. E isso diante de lesões, afastamento por COVID-19 e vários outros problemas já bem conhecidos do torcedor do Vasco. Aliás, diante de todo o contexto, é preciso dizer que o trabalho de Ramon Menezes é muito bom sim. Cano caiu de produção porque a bola não chega no ataque com qualidade. Ao mesmo tempo, Benítez está sobrecarregado na marcação e Ramon ainda batalha para encontrar um lateral-direito de confiança diante da fase terrível de Yago Pikachu. Não é tarefa fácil.

PUBLICIDADE

Existe sim ali uma ideia bem clara daquilo que o técnico Ramon Menezes deseja que sua equipe faça. Não foi por acaso que a torcida criou o “Ramonismo” nas primeiras rodadas do Brasileirão. O choque de realidade, no entanto, aconteceu diante de uma equipe mais qualificada técnica e taticamente do que o Vasco. E todo o time precisa aprender com as lições dessa noite fatídica no Mineirão. Pra ontem.

LEIA MAIS:

Entendendo o jogo de posição (PARTE IV) – Os conceitos de Jorge Sampaoli aplicados num ofensivo e envolvente Atlético-MG

Fellipe Bastos diz que Vasco quer brigar por título no Brasileiro e relembra 2011: “Só não ganhamos por causa da arbitragem”

PUBLICIDADE