O rebaixamento do Botafogo para a Série B causou uma série de mudanças no clube, uma delas a saída do gerente de futebol Túlio Lustosa. O ex-jogador deu entrevista ao Globoesporte.com para falar sobre a demissão e a crise vivida pelo Fogão.
O agora ex-dirigente botafoguense afirmou que ‘pressões externas’ em cima da diretoria do Fogão acabaram resultando em sua demissão, não considerando todo o processo de seu trabalho e as dificuldades que passou enquanto trabalhou no clube.
“No fundo, não sei qual é o motivo senão pressão externa. Estava participando ativamente de todo o planejamento para a próxima temporada. Todo mundo sabia que era uma situação difícil, sempre deixei o presidente à vontade para fazer o que quisesse se ele fosse mudar algo, e ele disse não. Me disse que a intenção era de continuar o trabalho e iniciar o planejamento. E quando o time não esboçou alguma atitude, alguma reação… isso ficou maior e a pressão externa fico maior ainda. Infelizmente, a pressão externa determina muita coisa na vida de um time de futebol”, disse Túlio.
Na avaliação de Túlio, o rebaixamento do Botafogo ocorreu bem antes da derrota para o Sport, o resultado que decretou a queda matemática do Fogão. Tudo isso ligado a diversas decisões da diretoria e do comitê que fazia a gestão do futebol do clube durante a temporada. Além de ver que os jogadores decidiram ‘jogar a toalha’ antecipadamente face à má fase que o Glorioso vivenciou.
“O rebaixamento não foi com quatro rodadas de antecedência, foi com 20. Nunca vi isso. Aconteceu isso de tirar a responsabilidade do atleta e dar uma desculpa, como a constante troca de treinador. Quando faltavam 18 rodadas, os atletas já tinham a desculpa pronta para o rebaixamento. Que o comitê de futebol errou, tomou decisões que não estavam de acordo. Demos a muleta para eles. Tem a culpa da diretoria, que trocou muito de técnico, mas faltava liderança entre os jogadores para assumir o que estava acontecendo dentro de campo. A gente não teve isso”, afirmou.
LEIA MAIS
Torcedores do Botafogo pedem investigação por ‘gestão temerária’ no clube
(Foto: Gabriel Baron/Botafogo)
