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Fórmula 1 anuncia seletiva só para mulheres no videogame

Medida tenta garantir presença de jogadoras na temporada virtual que será disputada neste ano

Fernando Cesarotti
Jornalista, professor universitário e fã ardoroso de qualquer esporte. Autor do OlimpCast, podcast sobre esportes olímpicos.

O automobilismo é um dos esportes em que a desigualdade de gênero mais impera, com pouquíssimas mulheres registrando passagens pelas categorias de elite. Para tentar reduzir esse déficit, ao menos nas competições virtuais, a Fórmula 1 decidiu organizar uma seletiva apenas para jogadoras na seleção para a temporada 2021 do F1 Esports.

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As disputas serão realizadas em maio. As jogadoras inscritas vão correr voltas rápidas, numa simulação de treino de classificação, e as melhores vão para uma disputa global, assim poderão ser escolhidas pelos times – que são versões online dos times que disputam a categoria no mundo real.

A F1 tem investido em sua plataforma de corridas virtuais nos últimos anos, principalmente após a aquisição dos direitos comerciais pela Liberty Media. Segundo a categoria, mulheres já participaram de eventos de testes, mas ainda nenhuma foi selecionada para as competições finais, e essa seletiva exclusiva é uma tentativa para aumentar essa possibilidade.

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A categoria promete inclusive transmitir essas “peneiras” virtuais em seus canais nas redes sociais. No ano passado, durante a paralisação pela pandemia, vários pilotos “de verdade” disputaram provas virtuais por videogame.

Ausência no mundo real

Em 70 anos de Fórmula 1, apenas cinco mulheres tiveram a oportunidade de disputar corridas. A única a pontuar foi a italiana Lella Lombardi, que disputou 12 corridas entre 1974 e 1978 e conseguiu um sexto lugar no GP da Espanha de 1975, com um March. Curiosamente, como a corrida foi interrompida antes do fim, ela somou apenas meio ponto.

Na década passada, algumas equipes chegaram a anunciar mulheres como pilotas de teste. A única, no entanto, a de fato acelerar um carro de F1 foi a britânica Susie Wolf, que disputou uma sessão de treinos livres para o GP da Inglaterra de 2014.

A última pilota a disputar um treino classificatório foi a italiana Giovanna Amati. Ela correu pela Brabham em 1992 na África do Sul, no México e no Brasil, mas não conseguiu classificação. Naquela época, havia mais carros do que vagas no grid, e ela acabou substituída pelo futuro campeão mundial Damon Hill.

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