Home Esportes Olímpicos Na contagem regressiva de 36 dias para Tóquio, veja as 36 medalhas olímpicas de prata do Brasil

Na contagem regressiva de 36 dias para Tóquio, veja as 36 medalhas olímpicas de prata do Brasil

Na história dos Jogos Olímpicos, 12 modalidades contribuíram para as 36 medalhas de prata do Brasil

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

Há 36 dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, nós do Torcedores.com traremos à vocês todas as 36 medalhas de prata conquistadas pelo Brasil ao longo de 11 das 31 edições olímpicas. A prata pode tornar-se um marco para o crescimento de uma modalidade e uma conquista que merece ser muito celebrada. Portanto, vamos relembrar algumas importantes passagens olímpicas que marcaram a história do esporte brasileiro.

O VALOR DA “GERAÇÃO DE PRATA”

O vôlei pode ser citado como um dos maiores exemplos. Até na denominação fica claro que a “Geração de Prata” de Bernard, Renan Dal Zotto, Montanaro, Xandó, Amauri e companhia marcou a expansão do esporte no país. Os jogadores são lembrados até hoje pela prata em Los Angeles 1984 e influenciaram a conquista do ouro olímpico oito anos mais tarde, em Barcelona 1992. Amauri Ribeiro é um exemplo. O meio de rede foi o único jogador a participar de ambos ciclos olímpicos, sendo campeão em Barcelona ao lado de atletas como Tande, Giovane, Maurício, Marcelo Negrão, Carlão e grande elenco.

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ONDAS DE EMOÇÕES NA PISCINA

Um dos principais nomes da natação brasileira, Gustavo Borges viveu um drama antes de subir ao pódio dos 100m livre. Inicialmente, o placar não registrou o tempo de sua prova. Com isso, o brasileiro ficou sem resultado. Para piorar, minutos depois saiu uma revisão que o colocou em último lugar, 13 segundos atrás de Alexander Popov, medalhista de ouro. Mas Gustavo chegara muito próximo do russo. As imagens eram claras. Assim, houve novo pedido de checagem, constando ao brasileiro um quarto lugar. Frustrado com a situação, durante este tempo Gustavo Borges isolou-se perto da piscina na área de aquecimento. O atleta de 19 anos não se conformava com o resultado.

No entanto, toda essa confusão, que durou 40 minutos, acabou terminando em emoção. Coaracy Nunes, presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), protestou e solicitou novamente uma revisão. Desta vez, a organização reconheceu os erros e computou o segundo lugar para Gustavo Borges. Na cerimônia de premiação, enfim recebeu sua merecida medalha de prata.

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O VÔLEI COSTUMA “DAR PRAIA” PARA O BRASIL

Atlanta 1996 foi a primeira vez do vôlei de praia em Olimpíadas. O Brasil mostrou sua força logo de cara e fez a final da categoria feminina. Sandra Pires e Jaqueline venceram e faturaram o ouro, com Adriana Samuel e Mônica Rodrigues levando a prata. As duplas foram importantes para abrir caminho e transformar o Brasil em uma potência da modalidade.

O ouro e a prata tiveram mais uma conotação histórica: pela primeira vez desde a primeira participação do país em Jogos Olímpicos, na Antuérpia, em 1920, as mulheres conquistaram medalhas para o Brasil.

UMA HISTÓRIA MAJESTOSA E MÁGICA DA SELEÇÃO FEMININA DE BASQUETE

O basquete feminino viveu seu auge na década de 1990. Em 1991, a seleção foi campeã do Pan-Americano de Havana, em Cuba, rendendo elogios até de Fidel Castro. Em 1994, a consagração definitiva. O Brasil eliminou os Estados Unidos em uma semifinal memorável por 110 a 107. Na final, bateu a China por 96 a 87 e conquistou o título do campeonato mundial realizado na Austrália. A prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 marcou a despedida definitiva da rainha Hortência das quadras e de ‘Magic’ Paula da seleção brasileira. Ambas estão entre as maiores jogadoras de todos os tempos.

A PRATA QUE RELUZ COMO OURO

O revezamento 4×100 rasos masculino foi um acontecimento histórico para o Brasil. Disputando contra potências olímpicas, André Domingos, Claudinei Quirino, Édson Luciano e Vicente Lenílson conquistaram a prata de forma épica. Nos metros finais, Claudinei Quirino ultrapassou o atleta cubano e garantiu a medalha para a equipe. Como disse o narrador Galvão Bueno, “uma prata que vale ouro”.

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O FUTEBOL EM BUSCA DE SEU LUGAR AO SOL

Para o futebol feminino, as pratas em Atenas 2004 e Pequim 2008 também merecem ser comemoradas. Em Atenas, a seleção dominou a final contra os Estados Unidos. Desfilaram habilidade, acertaram duas vezes a trave. Houve até um pênalti claro, mas que infelizmente não foi marcado pela arbitragem. Para colocar ainda mais drama, as americanas fizeram o gol da medalha de ouro no fim do segundo tempo da prorrogação. No entanto, a medalha de prata foi uma grande conquista, visto que o futebol brasileiro ainda buscava seu lugar ao sol, ao passo que a seleção dos Estados Unidos era uma grande e consolidada potência.

DO FAVORITISMO À QUEDA, DA INCREDULIDADE AO PÓDIO

“Já caí de bunda em Pequim, caí de cara em Londres, agora vou cair de pé para o pódio no Rio”. Assim desabafou Diego Hypolito ao conseguir a medalha de prata na ginástica artística pela modalidade solo. O ginasta era um dos principais favoritos ao ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008 e a uma medalha em Londres 2012. Porém, o sonho, em ambas edições, foi – literalmente – ao solo. Em Pequim, Hypolito alcançou a final. No entanto, sofreu uma queda em sua série. Com o desconto da penalidade, terminou na sexta colocação. Por Londres, a situação foi ainda pior. Ao errar uma execução de movimentos, caiu e foi eliminado ainda na fase classificatória.

Desacreditado por muitos, competiu na edição do Rio de Janeiro 2016 com a esperança de ao menos completar sua série em pé. Mas Hypolito foi além e, enfim, conquistou a tão sonhada e almejada medalha olímpica. A Arena Olímpica na Barra da Tijuca veio abaixo com o feito de Diego e também pelo bronze de Arthur Nory, perfazendo o pódio mais brasileiro da história da ginástica artística.

REMANDO PARA O RECORDE

Nascido em Ubaitaba, a 370km de Salvador, Isaquias Queiroz saiu de uma infância difícil do interior da Bahia para cravar seu nome na história esportiva do país. Para o ciclo olímpico em busca da edição Rio de Janeiro 2016, tornou-se multicampeão em etapas mundiais. Portanto, era uma grande esperança de medalha para o Brasil. E o canoísta não decepcionou, levando duas medalhas individuais e uma em dupla. Isaquias foi bronze na modalidade C-1 200 metros e prata na C-1 1.000 metros. Com seu parceiro Erlon Souza, novamente faturou a prata, desta vez pela categoria C-2 1.000 metros. Assim, logo em sua estreia, o baiano transformou-se no único atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição de Jogos Olímpicos.

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AS MODALIDADES

Ao todo, 12 modalidades trouxeram a prata para o Brasil. Sempre forte, o vôlei de praia é o esporte que mais forneceu tais medalhas, com sete. O futebol vem logo em sequência, com três pelo masculino e dois do feminino, totalizando cinco. Fechando o “pódio” vem a natação, que colaborou com quatro conquistas. Já o atletismo, judô, vôlei e a vela contribuíram com três cada. Canoagem, ginástica artística e tiro esportivo conseguiram duas medalhas. Para finalizar, o basquete feminino e o boxe trouxeram uma prata cada para o Brasil.

Veja, por edições, todas as modalidades e atletas que trouxeram a prata e registraram seu nome na história olímpica:

ANTUÉRPIA (BÉLGICA) – 1920 

Tiro Esportivo – pistola livre 50m: Afrânio Costa

CIDADE DO MÉXICO (MÉXICO) – 1968 

Atletismo – salto triplo: Nelson Prudêncio

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LOS ANGELES (ESTADOS UNIDOS) – 1984 

Natação – 400m medley – Ricardo Prado; Vôlei masculino: Amauri, Bernard, Bernardinho, Badalhoca, Domingos Maracanã, Fernandão, Montanaro,  Marcus Vinícius, Renan, Rui, William e Xandó; Judô – categoria até 95kg: Douglas Vieira; Vela – classe soling: Daniel Adler/Ronaldo Senfft/Torben Grael; Futebol masculino: Ademir, André, Chicão, Davi, Dunga, Gilmar, Gilmar Rinaldi, Kita, Luís Henrique, Luiz Carlos Winck, Mauro Galvão, Milton Cruz, Paulo, Pinga, Popoca, Ronaldo, Silvinho e Tonho Gil

SEUL (CORÉIA DO SUL) – 1988

Atletismo – 800m rasos: Joaquim Cruz; Futebol masculino: Ademir, Aloísio, Andrade, André Cruz, Batista, Bebeto, Edmar, Geovani, Hamilton, João Paulo, Jorginho, Luís Carlos Winck, Mazinho, Milton, Nelsinho, Neto, Ricardo Gomes, Romário, Taffarel, Valdo e Zé Carlos

BARCELONA (ESPANHA) – 1992

Natação – 100m livre: Gustavo Borges

 ATLANTA (ESTADOS UNIDOS) – 1996

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Natação – 200m livre: Gustavo Borges; Vôlei de Praia feminino: Adriana Samuel/Mônica Rodrigues; Basquete feminino: Alessandra, Adriana Santos, Branca, Cíntia Tuiú, Cláudia Pastor, Hortência, Janeth, Leila, Marta, (Magic) Paula, Roseli e Silvinha Luz

SIDNEY (AUSTRÁLIA) – 2000

Judô – Categoria até 73kg: Tiago Camilo; Judô – Categoria até 90kg: Carlos Honorato; Vôlei de Praia masculino: Zé Marco/Ricardo Santos; Vôlei de Praia feminino: Adriana Behar/Shelda Bedê; Vela – classe laser: Robert Scheidt; Atletismo – revezamento 4x100m rasos: André Domingos, Claudinei Quirino, Édson Luciano e Vicente Lenílson; Suplente: Cláudio Roberto

ATENAS (GRÉCIA) – 2004

Vôlei de Praia feminino: Adriana Behar/Shelda Bedê; Futebol feminino: Andréia, Aline Pellegrino, Cristiane, Daniela Alves, Elaine, Formiga, Grazielle, Juliana Cabral, Kelly, Maravilha, Marta, Maycon, Mônica, Pretinha, Renata Costa, Rosana, Roseli e Tânia Maranhão

PEQUIM (CHINA) – 2008

Futebol feminino: Andréia Rosa, Andréia Suntaque, Bárbara, Cristiane, Daniela Alves, Érika, Ester,  Fabiana Simões, Formiga, Francielle, Marta, Maurine, Maycon, Pretinha, Renata Costa, Rosana, Simone Jatobá e Tânia Maranhão; Vela – classe star: Robert Scheidt/Bruno Prada; Vôlei de Praia masculino: Márcio Araújo/Fábio Luiz; Vôlei masculino: Anderson, André Heller, André Nascimento, Bruninho, Dante,  Giba, Gustavo, Marcelinho, Murilo, Rodrigão, Samuel e Serginho

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LONDRES (INGLATERRA) – 2012

Futebol masculino: Alexandre Pato, Alex Sandro, Bruno Uvini, Danilo, Gabriel Vasconcellos, Hulk, Juan, Leandro Damião, Lucas Moura, Marcelo, Neto, Neymar, Oscar, Paulo Henrique Ganso, Rafael, Rômulo, Sandro Ranieri e Thiago Silva; Natação – 400m medley: Thiago Pereira; Vôlei de Praia masculino: Emanuel Rego/Alison Cerutti; Boxe – categoria até 75kg: Esquiva Falcão; Vôlei masculino: Bruninho, Dante, Giba, Leandro Vissotto, Lucão, Murilo, Ricardinho, Rodrigão Serginho, Sidão, Thiago Alves e Wallace

RIO DE JANEIRO (BRASIL) – 2016 

Tiro Esportivo – pistola de ar 10m: Felipe Wu; Ginástica Artística – argolas: Arthur Zanetti; Ginástica Artística – solo: Diego Hypólito; Canoagem C1 – 1000m: Isaquias Queiroz; Canoagem C2 – 1000m: Isaquias Queiroz/Erlon Souza; Vôlei de Praia feminino: Ágatha Bednarczuk/Bárbara Seixas

 

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