Home Futebol Eurocopa e as decisões por pênaltis – A cavadinha nasceu ali

Eurocopa e as decisões por pênaltis – A cavadinha nasceu ali

França e Suíça protagonizaram a primeira disputa de pênaltis da Euro 2020. Mas sabia que foi precisamente numa Eurocopa que a decisão por penalidades estreou em um torneio de seleções?

Por Lucas Perillo em 12/07/2021 13:26 - Atualizado há 4 anos

Divulgação unsplash

Até sua quarta edição, disputada em 1972, os jogos que terminavam empatados eram decididos por sorteio ou com um novo confronto, como por exemplo na final da Euro de 1968. Na primeira partida, 0 x 0 entre Itália e Iugoslávia. Dois dias depois, em um segundo duelo, a Itália venceu por 2 x 0 e faturou o título. Isso mudou em 1976, quando após um empate em 2×2, Alemanha e Tchecoslováquia decidiram a final do torneio em uma disputa de pênaltis. E que disputa!

A ‘cavadinha’

Após ambas equipes converterem as 4 primeiras cobranças, o alemão Uli Hoeness desperdiçou sua batida. Bastaria a Tchecoslováquia marcar para ficar com o título. Foi então que Antonín Panenka chutou de maneira surpreendente, colocando pouca força na bola e no meio do gol, criando a cavadinha e garantindo o caneco para seu país. Panenka é considerado o inventor da cavadinha e inclusive, em grande parte do mundo, esse tipo de lance é conhecido simplesmente como panenka.

Após esse ato de coragem e criatividade de Panenka, outros jogadores também ousaram realizar suas batidas ao estilo cavadinha em decisões de pênaltis: Francesco Totti na Euro 2000, Helder Postiga em 2004, Sérgio Ramos em 2008 e Andrea Pirlo em 2012. Uma coincidência deve ser destacada: todos esses atletas converteram suas cobranças e suas equipes venceram a disputa.

De 1976 para cá, as decisões por penalidades se tornaram mais comuns e praticamente todo torcedor tem uma boa e uma má recordação quando o assunto é partida decidida nos pênaltis.

História e estatística

A história da Euro conta com nada menos do que 19 partidas decididas dessa maneira, mas apenas uma disputa na grande final. Precisamente o jogo em que Antonin Panenka entrou para a história.

Os países com mais decisões de pênaltis na competição são: Itália com 5 disputas; Inglaterra, Holanda e Espanha com 4; República Tcheca (Tchecoslováquia), Alemanha, França e Portugal com 3; Dinamarca, Suiça e Polônia com 2; e Croácia, Suécia e Turquia com 1 cada.

A maioria das vitórias ficou para a República Tcheca e Espanha, com três vitórias ambas, seguidas por Alemanha, Suíça, Itália e Portugal, vencedoras em duas oportunidades. Inglaterra, França, Holanda, Dinamarca, Polônia e Turquia ganharam apenas um duelo. Já as recordistas em fracassos nos pênaltis são Inglaterra, Itália e Holanda com 3 derrotas cada.

Um recorde que dificilmente será batido é o aproveitamento da República Tcheca: 20 pênaltis batidos, 20 pênaltis convertidos. Das 3 disputas de penalidades da sua história, os tchecos jamais falharam uma única cobrança, derrotando a Alemanha por 5×4 em 1976, a Itália por 9×8 em 1980 e a França por 6×5 nas semifinais da Euro de 1996.

Alguns outros recordes notáveis poderiam ser uma aposta na Euro 2020 entre Inglaterra e Itália, que poderia chegar a 18 pênaltis. Como a Euro 2016 entre Alemanha e Itália, que apesar de tantas oportunidades, o placar final ficou em 6 x 5 para os alemães, ou seja, sete chutes foram desperdiçados. Já a série mais curta ocorreu em 2008, quando Croácia e Turquia bateram apenas sete vezes e os turcos venceram por 3 x 1.

No campo de marcas individuais, o veterano goleiro italiano Gianluigi Buffon, ao lado do ex-arqueiro holandes Edwin Van der Sar, detêm o recorde de mais participações em disputas de pênalti: 3 ao total. Cada um deles com uma vitória e duas derrotas.

Com o torneio se afunilando, provavelmente ainda veremos mais disputas de pênaltis. Será que alguém arriscará uma cavadinha?

Exit mobile version