Home Esportes Olímpicos “Fosbury Flop”: O movimento revolucionário do salto em altura

“Fosbury Flop”: O movimento revolucionário do salto em altura

Dick Fosbury marcou história na modalidade ao apresentar método inicialmente desdenhado por técnicos e atletas

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

Quando assistimos à competição de salto em altura, é possível observar que os atletas correm de forma inclinada para ganhar impulso e saltar de costas sobre a barra. O esporte, porém, nem sempre foi praticado desta maneira. Trata-se de uma técnica relativamente “nova” se comparado a seu surgimento, datado do século XIX na Escócia. Richard “Dick” Fosbury foi o responsável pelo movimento revolucionário na década de 1960.

A modalidade iniciará sua disputa nesta quinta-feira (29) nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Dois brasileiros estão qualificados para a competição: Fernando Ferreira e Thiago Moura.

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As eliminatórias começarão às 21h00 pelo horário de Brasília.

Antigamente, o salto era realizado de frente para a barra

A categoria masculina de salto em altura integra a programação de esportes olímpicos desde a primeira edição, em Atenas-1896. No feminino, o debute ocorreu na edição de Amsterdã-1928.

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Os métodos de salto foram aprimorados ao longo do tempo.

Conhecido como “tesoura”, o salto inicialmente era realizado com uma das pernas passando a barra, o tronco quase em posição vertical e a outra perna finalizando a passagem, caracterizando um movimento parecido com o abrir e fechar de uma tesoura.

O “rolamento californiano” tornou-se popular em meados de 1910. A técnica consistia em correr pela diagonal e saltar jogando as pernas de lado, com o tronco em posição horizontal.

No “rolamento ventral”, surgido na década de 1940, uma perna transpassava juntamente com a cabeça e o tronco, enquanto a outra perna, atrás, finalizava o movimento da passagem da barra. A queda do atleta era com o rosto voltado para o colchão.

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Todas as técnicas eram feitas com os atletas ultrapassando a barra saltando de frente e caindo da mesma forma ou de lado nas areias ou colchões. Até que, em 1968, quando a Cidade do México sediou a maior competição esportiva do mundo, Dick Fosbury apresentou um método revolucionário que despertou a atenção.

“Fosbury Flop”: do desdém pela criação ao pioneirismo e ouro olímpico

Nascido em Portland, nos Estados Unidos, Dick Fosbury iniciou ainda adolescente na modalidade. Frustrado por obter resultados medianos nos campeonatos estudantis em que disputava, pensava em alternativas para melhorar sua performance.

Numa noite de maio de 1963, quando tinha apenas 16 anos, o rapaz teve uma ideia totalmente diferente dos padrões do esporte, mas ainda assim resolveu testá-la: ao invés de correr em linha reta, correu em uma trajetória curva inclinando levemente seu corpo e saltou de costas para a barra.

Segundo o mesmo, a técnica lhe rendeu um ganho de 20 centímetros em seu salto. Sua melhor marca no estilo tradicional era de 1,51. Com seu novo método, passou para 1,71 metros rapidamente.

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Ao apresentar o salto nas competições foi desdenhado por técnicos, atletas e imprensa mesmo atingindo boas marcas.

Com 21 anos, qualificou-se para a edição olímpica de 1968 no México. Todos os adversários utilizavam as técnicas convencionais, saltando de frente. Mas Fosbury estava ali, pronto para mostrar ao mundo seu pioneirismo, de estilo desconhecido e único.

Acertando todas as suas tentativas, o inventor do depois batizado “Fosbury Flop” (Salto Fosbury) bateu o recorde mundial da época e cravou a marca de 2,24 metros em seu salto, conquistando o ouro.

Surpreendidos com o resultado expressivo, outros atletas passaram a utilizar a nova técnica. Já pela edição seguinte, nos Jogos Olímpicos de Munique-1972, 28 dos 40 participantes utilizaram o método. Em Los Angeles-1984, 13 dos 16 finalistas também competiam desta forma.

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Atualmente, este movimento é amplamente utilizado e cientificamente respaldado, uma vez que a corrida em trajetória curva proporciona mais eficiência para transformar a velocidade em impulso e o salto em formato de ‘arco’ exige um esforço físico menor para o atleta, potencializando suas marcas.

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