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Olimpíadas de Tóquio: conheça a história do surfe e o formato de disputa

Praia de Tsurigasaki receberá a estreia do surfe em Jogos Olímpicos; Brasil têm chances de medalhas na modalidade

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

25 de julho de 2021 marcará uma data importante para o surfe mundial: será sua estreia oficial em Olimpíadas. Desde 1992 a ISA (Associação Internacional do Surfe), uma das entidades do esporte, tinha a intenção de integrar as atividades olímpicas. A confirmação veio no dia 03 de agosto de 2016 após anúncio oficial durante o 129º congresso do COI (Comitê Olímpico Internacional).

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O surfe nos Jogos Olímpicos é uma das modalidades que serão disputadas fora de Tóquio. A praia de Tsurigasaki, em Chiba, receberá o “Festival Olímpico de Surf”. A competição contará com quatro atletas brasileiros em boas condições de lutar por medalhas.

Às 7h00 da manhã na terra do sol nascente (19h00 deste sábado, 24, aqui no Brasil), teremos membro da “Brazilian Storm” no mar. Ítalo ferreira participará da primeira bateria. Gabriel Medina tem previsão de estreia às 21h40. Ainda neste dia 24, Silvana Lima tem sua estreia programada para ocorrer ás 23h40. Já na madrugada do dia 25, 00h20, será a vez de Tatiana Weston-Webb.

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A programação do surfe será entre os dias 25 à 28 de julho para o Japão. Por depender de condições climáticas e da situação do mar, não é garantido que a competição se encerre na data programada. Portanto, o COI estendeu o prazo até o dia 01 de agosto para que o campeão seja eleito.

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História do surfe: Polinésia e Peru reivindicam o surgimento do esporte

Há muitas dúvidas quanto ao surgimento do esporte. Ao falar de surfe, um dos locais que automaticamente vem à memória das pessoas é o Havaí. No entanto, alguns historiadores apontam que a prática pode ter surgido há mais de mil anos pelo povo polinésio (atual Taiti). Pescadores criaram o que pode ter sido o primeiro modelo de prancha, feita de madeira, para retornar mais rapidamente do alto mar à costa.

Os peruanos também afirmam que pescadores da cultura Moche e Chimu, há cerca de mais de dois mil anos, utilizaram palha e cana para construir os “Caballitos de Totora”, onde ficavam em pé e manobravam com ajuda de um remo para facilitar sua navegação.

Nos anos de 1700, no Havaí, a realeza governava as águas e implantou o código Kapu para ditar as regras de um modo geral no arquipélago. Para exercer sua superioridade, a classe real surfava as melhores ondas. Possuíam pranchas de até 24 pés (7 metros), denominadas “Olo”. Os plebeus usavam pranchas de 7 pés (3,6 metros), conhecidas como “Alaia” e ficavam limitados a se contentar com pequenas ondas.

A prática perdeu força no século 19 após a passagem de missionários americanos pela região, que desaprovaram a atividade por achá-la pecaminosa e conter apologia à nudez. Na época de seu governo, de 1874 a 1881, o rei Kalakaua incentivou o povo a retomar o antigo costume sem distinção de classes.

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O pai do surfe foi um ícone da natação

No início do século XX, surge a figura que é considerada o pai do surfe: Duke Kahanamoku. Importante nadador olímpico à época, Kahanamoku conquistou cinco medalhas, sendo três de ouro e duas de prata ao longo das Olimpíadas de Estocolmo 1912, Antuérpia 1920 e Paris 1924. Por onde viajava, fazia questão de promover o surfe. Além de popularizar o esporte na Califórnia e outros locais nos Estados Unidos, o havaiano ainda o introduziu na Austrália e Nova Zelândia.

“Turnê dos sonhos” e a filosofia “melhores surfistas do mundo, melhores ondas do mundo”

Em 1976, dois surfistas havaianos, Randy Rarick e Fred Hemmings, elaboraram vários eventos ao redor do mundo afim de reunir os melhores surfistas possíveis. Assim surgiu a International Professional Surfers (IPS), que logo se tornou o órgão mundial do surfe profissional, com sistema de pontuação e ranking dos melhores competidores.

Posteriormente, na década de 1980, o ex-atleta Ian “Kanga” Cairns renomeou a IPS para APS (Association of Professional Surfers – Associação dos Surfistas Profissionais). Criou-se a filosofia “world’s best surfers, world’s best waves” (melhores surfistas do mundo, melhores ondas do mundo), slogan que permanece até hoje.

Na década de 1990 a entidade adotou o conceito de “Dream Tour” (Tour dos Sonhos), para encorajar os organizadores dos eventos a saírem das áreas metropolitanas e levar o esporte também para áreas mais remotas à procura de ondas de alta qualidade.

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Enfim, em 2015 houve a mudança na nomenclatura que permanece até hoje. A WSL (World Surf League – Liga Mundial de Surfe) organiza e se responsabiliza por diversas categorias dentro do esporte como o “shortboard”, “longboard” e “big wave” (grandes ondas), entre outras.

A modalidade na olimpíada de Tóquio

O shortboard foi o escolhido para os jogos Olímpicos. A modalidade é a mais popular do surfe e conta com atletas mundialmente conhecidos. As pranchas variam de tamanho entre 5 pés (equivalente a 1,52m) até 7 pés (2,13m), de acordo com o peso e altura do atleta.

Critérios de avaliação

– Empenho e grau de dificuldade
– Manobras inovadoras e progressivas
– Combinação de grandes manobras
– Variedade de manobras
– Velocidade, potência e fluidez

Escala de nota

0 a 1.9 – Fraca
2.0 a 3.9 – Justa
4.0 a 5.9 – Média
6.0 a 7.9 – Boa
8.0 a 10.0 – Excelente

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Formato de disputa

Quarenta atletas conseguiram a qualificação para os Jogos Olímpicos. Cada gênero contará com vinte participantes, divididos em cinco baterias com quatro competidores no Round 1 (rodada 1). O primeiro e segundo lugares de cada bateria avançam direto para o Round 3. Terceiro e quarto colocados irão para o Round 2.

Nessa repescagem (Round 2), serão duas baterias com cinco atletas e os três primeiros de cada grupo carimbam vaga para o Round 3, se juntando aos outros dez classificados vindos direto do Round 1.

A partir do Round 3 haverá confrontos diretos. Serão oito baterias com dois atletas. Apenas o vencedor avança para as quartas-de-final.

O Round 4 será composto por quatro baterias de dois sufistas cada. O vencedor do confronto se garante na semifinal (Round 5). Quem perder irá competir pela medalha de bronze e quem avançar terá a grande chance de disputar o tão sonhado ouro olímpico.

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A “Brazilian Storm” no Japão

Apelido dado pela imprensa norte-americana em 2011 para os atletas brasileiros que começaram a se destacar nas etapas mundiais, a “Brazilian Storm” terá quatro integrantes com boas chances de medalhas nas olimpíadas.

No masculino estarão presentes Gabriel Medina, bicampeão mundial e líder do ranking em 2021, e o atual campeão, Ítalo Ferreira.

Silvana Lima, vice-campeã do circuito em 2008 e 2009 e Tatiana Weston-Webb, atual número quatro do ranking, serão as representantes no feminino.

 

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