Home Basquete Suns buscará seu primeiro título na NBA; veja como foram as finais anteriores

Suns buscará seu primeiro título na NBA; veja como foram as finais anteriores

Nesta terça-feira (06), o Phoenix Suns inicia sua terceira final atrás de um inédito título na NBA

Thiago Chaguri
Apaixonado por esporte desde criança, acompanho diversas modalidades por acreditar na magia e nas boas histórias que seus protagonistas e torcedores proporcionam. Além do entretenimento, admiro também as pluralidades táticas e estratégicas.

Ao vencer o Los Angeles Clippers na decisão da Conferência Oeste por 4 a 2, o Phoenix Suns – assim como o Milwaukee Bucks – se credenciou para disputar a terceira final de NBA em sua história. No entanto, a franquia do estado de Arizona – que chegou à decisão pela última vez em 1993 – nunca conquistou o título, enquanto seu adversário foi o campeão da temporada 1971/1972.

Além do mesmo número de participações em finais, há outras coincidências entre as franquias. Fundadas no mesmo ano, em 1968, fizeram as duas piores campanhas de suas divisões na temporada de estreia. O Suns obteve apenas 16 vitórias e 66 derrotas, enquanto Milwaukee ganhou 27 jogos e perdeu 55. Diante da situação, ambas teriam direito à primeira e segunda escolha de draft.

PUBLICIDADE

A ordem de escolha não era mais automaticamente fornecer o melhor prospecto ao pior time. Uma mudança na regra em 1966 foi fundamental para a mudança de rumos das franquias. A partir daquele ano, foi implantado um sorteio de cara ou coroa entre as duas piores equipes de divisão para definir a primeira escolha do draft. Assim, o Bucks, que havia feito a segunda pior campanha da edição 1968/1969, ganhou na moeda e recrutou Lewis Alcindor (que em 1972 mudou seu nome para Kareem Abdul-Jabbar ao converter-se ao islamismo). Dois anos mais tarde, o jogador foi MVP da temporada e das finais ao ser campeão com a franquia de Wisconsin, em 1971. Phoenix escolheu Neal Walk, mas não obteve sucesso.

Além destes acontecimentos, Suns e Bucks coincidentemente perderam uma de suas finais para o Boston Celtics na década de 1970. a franquia de Massachussetts venceu Milwaukee em 1974 e Phoenix em 1976.

PUBLICIDADE

Phoenix bateu duas vezes no aro

Apesar de contar com jogadores históricos em algumas oportunidades ao longo dos anos como Charles Barkley, Steve Nash, Kevin Johnson, Danny Ainge, Paul Westphal, Alvan Adams, Tom Chambers e outros bons nomes, o Suns acabou sendo derrotado nas duas finais em que disputou.

Em 1976, a equipe comandada por Paul Westphal e Alvan Adams esbarrou no Boston Celtics de Jo Jo White, Dave Cowens, John Havlicek, Charlie Scott e Paul Silas. Já em 1993, o time liderado por Charles Barkley, além de Kevin Johnson, Dan Majerle e Danny Ainge mediu forças com o Chicago Bulls de Michael Jordan e Scottie Pippen. Mas, em ambos casos, os adversários levaram a melhor por 4 a 2.

Classificação no sufoco

Na campanha da temporada 1975/1976, o Suns obteve 42 vitórias e 40 derrotas, sendo o terceiro na Conferência Oeste. Na época, apenas 18 franquias disputavam a NBA, distribuídas em nove para cada conferência. Essas equipes eram alocadas em divisões, onde uma contava com cinco participantes e outra com quatro. No Oeste, havia a divisão do Pacífico, a qual o Suns pertencia juntamente de mais quatro integrantes, além da divisão Centro-Oeste. Pelo Leste, as divisões eram denominadas Atlântica e Central, esta última composta por cinco times.

Portanto, classificavam-se somente quatro equipes para a fase final de suas respectivas conferências.

PUBLICIDADE

Pela semifinal do Oeste, o Suns bateu o Seattle Supersonics (atual Oklahoma City Thunder) por 4 a 2. Na final da conferência o adversário foi o Golden State Warriors, de Rick Barry e Jamaal Wilkes. Capitaneados pela dupla, Golden State registrou a melhor campanha geral da NBA daquela temporada, com 59 vitórias e 23 derrotas.

O bloqueio que abriu caminho para a final

Abrindo 3 a 2 na série, o Warriors esteve muito perto de eliminar o adversário. No entanto, o Suns conseguiu ressurgir no jogo seis. O placar estava em 105 a 104 para Phoenix. A última posse de bola do jogo era do Warriors. Jamaal Wilkes recebeu a bola para dar o golpe de misericórdia e encerrar a série. Mas o ala-pivô Gar Heard, reconhecido por suas atuações defensivas, bloqueou as ações de Wilkes e deu a vitória para o time de Arizona, empatando o duelo em 3 a 3.

Mesmo com o duelo sendo realizado em Oakland, o Suns conquistou o título da Conferência Oeste ao aplicar 94 a 86, virando a série para 4 a 3 e avançando para a primeira final de sua história. Gar Heard desta vez teve destaque ofensivo, sendo cestinha da equipe juntamente de Paul Westphal. Ambos anotaram 21 pontos. Alvan Adams contribuiu com mais 18.

A série do “maior jogo de todos os tempos”

Pela final da NBA, o adversário era o maior campeão da história, Boston Celtics. Até aquela época, a franquia possuía 12 títulos. Além do peso da camisa, havia grandes jogadores como Dave Cowens (eleito MVP da temporada 1972/1973), Jo Jo White, John Havlicek e Paul Silas, ex-jogador do próprio Suns. A série guardou o que é considerado “o maior jogo da história” da NBA.

PUBLICIDADE

O memorável jogo cinco finalizou somente após três prorrogações. O tempo normal terminou empatado em 95 a 95. O primeiro período extra teve empate em 101 a 101. A segunda parte da prorrogação houve muita confusão. A cinco segundos do fim, o Suns passou a frente em 110 a 109. O treinador Tom Heinsohn pediu tempo para armar a jogada e dar a saída de bola no meio da quadra. John Havlicek recebeu, avançou e acertou a cesta que fez o Boston Garden explodir, com direito a tradicional invasão de quadra de sua torcida. Entretanto, após longa revisão da jogada, a arbitragem constatou que ainda havia um segundo por jogar. Tal decisão resultou em uma confusão generalizada. Policiais tiveram de intervir na situação e conter um torcedor bastante alterado que agrediu um dos árbitros.

Após a paralisação, houve o reinício. Paul Westphal usou um último recurso para buscar um milagre. Mesmo sem pedido de tempo disponível, o armador inteligentemente fez o sinal pedindo a paralisação. Como na regra isso era considerada falta técnica, o adversário ganharia o direito de bater um lance livre, mas o Suns poderia iniciar seu ataque do meio da quadra.

Jo Jo White converteu o lance livre e ampliou o marcador para 112 a 110. Mas um segundo no basquete pode durar uma eternidade… Após a saída de bola, Gar Heard recebeu e, mesmo bem marcado, arremessou e acertou no estouro do cronômetro, deixando a partida ainda mais épica, levando para a terceira prorrogação. Contudo, o Celtics não se abalou e no último minuto abriu 128 a 122. No fim, administrou e venceu por 128 a 126.

 

PUBLICIDADE

Na partida seguinte, por 87 a 80, Boston conquistou seu 13º título, fechando a série em 4 a 2 e impedindo o primeiro triunfo de Phoenix.

“Baixinho” para ser um ala/pivô, mas gigante em quadra

Na temporada 1992/1993 o Suns alcançou sua segunda final liderada pelo treinador Paul Westphal, ídolo e vice-campeão como jogador em 1976. O lendário ala/pivô Charles Barkley foi contratado e deu ainda mais peso a um elenco equilibrado, que contava com Kevin Johnson, Dan Majerle, Danny Ainge, Tom Chambers, Cedric Ceballos e outros bons nomes. A franquia fez a melhor campanha geral da temporada, obtendo 62 triunfos e 20 reveses.

Pelos playoffs, o adversário foi o Los Angeles Lakers de James Worthy e Vlade Divac. A primeira rodada, diferente das demais, era disputada numa melhor de cinco. O Suns saiu em desvantagem de 2 a 0, mas conseguiu mostrar porque havia sido a melhor equipe da temporada. Emendou três vitórias consecutivas e seguiu em frente.

Com um duelo de titãs no garrafão entre Charles Barkley e David Robinson, o time do estado de Arizona avançou por 4 a 2 frente ao San Antonio Spurs.

PUBLICIDADE

Na final da Conferência Oeste encarou o forte Seattle Supersonics da icônica dupla Gary Payton e Shawn Kemp, além de Sam Perkins e Ricky Pierce. Curiosamente, nenhuma equipe conseguiu vencer dois jogos seguidos na série. O Suns venceu todos  jogos de número ímpar e o Supersonics de números pares. Assim, melhor para Phoenix, que se garantiu na final da NBA por 4 a 3. Charles Barkley dominou o jogo sete com uma atuação histórica. O ala-pivô guardou 44 pontos e pegou 24 rebotes na vitória por 123 a 110.

Jordan conseguiu ofuscar a luz do sol

Para a final, o adversário era nada mais, nada menos que o então bicampeão Chicago Bulls, de um tal Michael Jordan e Scottie Pippen. O campeão da Conferência Leste saiu na frente, abrindo 2 a 0. O segundo jogo reservou um duelo épico entre Michael Jordan e Charles Barkley. Ambos deixaram 42 pontos em quadra. O astro do Bulls ainda apanhou 12 rebotes e distribuiu nove assistências, enquanto Barkley conseguiu 13 rebotes.

No jogo três, Jordan fez 44 pontos, mas o Suns diminuiu a vantagem. O histórico triplo-duplo de Barkley pela quarta partida foi ofuscado pelos 55 pontos de Michael Jordan. O ala/pivô anotou 32 pontos, 12 rebotes, 10 assistências e três roubos de bola. No duelo seguinte, como de costume, Jordan teve outra grande atuação com 41 pontos, mas o Suns conseguiu sobreviver graças ao ótimo desempenho de Kevin Johnson e Richard Dumas, ambos com 25 pontos, além de Barkley, que contribuiu com mais 24.

O brilho de um jogador que não era estrela

Apesar de Jordan e Scottie Pippen comandarem as ações do Bulls na série, o final do jogo seis teve um desfecho surpreendente. Restando 45 segundos, o placar indicava 98 a 94 para o Suns. Jordan diminuiu a diferença para dois após apanhar um rebote, atravessar a quadra, explorar a falha defensiva do adversário e finalizar a jogada em uma bandeja simples. O time da casa ainda teve mais um ataque, desperdiçado por Dan Majerle. Pippen, caído ao ficar com a sobra, pediu tempo.

PUBLICIDADE

O Bulls daria a saída a partir do meio de quadra, com 14 segundos para trabalhar a bola. Em uma bela trama, a equipe chamou a defesa do Suns para o garrafão. Como o arremesso de três não era muito utilizado na época, a jogada interna parecia a mais óbvia a se desenhar. Contudo, a estratégia armada por Phil Jackson era exatamente fazer com que os defensores adversários mordessem essa “isca” e deixasse um arremessador sozinho no perímetro.

Horace Grant, que recebeu próximo à cesta, rapidamente passou para John Paxson. Totalmente livre, Paxson acertou o arremesso de três, aplicando o golpe fatal a quatro segundos do fim. 99 a 98 para Chicago.

O Suns ainda teve um último ataque para manter as chances de sobrevivência, mas novamente Horace Grant teve papel fundamental ao bloquear o arremesso de Kevin Johnson para fechar a série em 4 a 2, confirmar o terceiro título seguido do Chicago Bulls e a segunda derrota do Phoenix Suns em finais de NBA.

 

PUBLICIDADE

LEIA MAIS:

Bucks fará a terceira final de sua história na NBA; saiba como foi o único título da franquia

“The Last Dance”: Há um ano era lançado o documentário sobre Michael Jordan e o lendário Bulls de 1997/1998

 

 

PUBLICIDADE