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Atuação coletiva do Atlético-MG só não foi maior do que a facilidade que encontrou para construir o resultado

Na coluna PAPO TÁTICO, Luiz Ferreira explica como Cuca explorou todos os problemas do Athletico Paranaense de Alberto Valentim

Por Luiz Ferreira em 13/12/2021 02:03 - Atualizado há 2 anos

Pedro Souza / Atlético-MG

Este que escreve esperava um confronto um pouco menos desequilibrado nesse “primeiro round” da decisão da Copa do Brasil. Só que o Atlético-MG simplesmente não apresentou qualquer sinal de piedade ou clemência diante do seu adversário e praticamente encaminhou o bicampeonato da competição com uma sonora goleada diante de mais 53 mil pessoas presentes no Mineirão. A atuação coletiva de cinema do escrete comandado por Cuca só não chamou mais atenção do que a facilidade com que o Athletico Paranaense “aceitou” o resultado (se é que podemos usar essa expressão). A equipe de Alberto Valentim não viu a cor da bola no jogo deste domingo (12) e cometeu erros bobos demais para quem foi bicampeão da Copa Sul-Americana em cima do Red Bull Bragantino não faz muito tempo. A disparidade técnica e tática entre os finalistas da Copa do Brasil beirou o inacreditável. E o Galo colocou uma mão na taça.

As duas equipes entraram em campo sem surpresas. Cuca repetia seu 4-4-2/4-2-2-2 com Hulk e Diego Costa no comando de ataque, Zaracho e Keno pelos lados e muito volume de jogo nas transições ofensivas. Do outro lado, Alberto Valentim mantinha seu 3-4-3/5-2-3 costumeiro no Athletico Paranaense e deixava bem clara qual seria a postura da sua equipe desde o momento em que a bola rolou no Mineirão. Marcação em bloco baixo, congestionamento do meio-campo e uma linha de cinco na frente da área do goleiro Santos. No entanto, ao invés das boas atuações contra Flamengo e Red Bull Bragantino, o Furacão se mostrou desconcentrado e muito frouxo nos botes na intermediária. Na prática, Athletico Paranaense não competiu conforme o esperado. O escrete comandado por Cuca tinha total liberdade para fazer a sua saída de bola e fazer a “redondinha” chegar nos pés de Hulk, Zaracho e Diego Costa. E isso tudo sem precisar suar muito.

Allan recuava para fazer a “saída de três” com Igor Rabello e Junior Alonso, Keno e Zaracho apareciam por dentro e os laterais abriam o campo. O Atlético-MG era pouco incomodado na saída de bola. Foto: Reprodução / TV Globo / GE

A saída de Diego Costa do jogo por lesão acabou facilitando ainda mais a vida de Cuca no jogo. Isso porque o treinador do Atlético-MG pôde apostar numa dupla de ataque mais móvel com Vargas próximo a Hulk. E vale aqui notar que a dinâmica ofensiva do Galo lembrava muito a dos times da década de 1990. Não era raro ver Keno e Zaracho centralizando para abrir o corredor para as subidas de Mariano e Guilherme Arana. Até mesmo Jair aparecia com certa liberdade no meio do 5-2-3 de Alberto Valentim. A facilidade com que o Galo fazia a bola chegar no campo ofensivo chegou a esconder um pouco a marcação extremamente frouxa do Athletico Paranaense e a falta de concentração de todos dentro de campo. Santos quase “entregou a paçoca” no começo do jogo, o trio defensivo não se entendia, Nikão ficou isolado na direita e Renato Kayzer parecia mais preocupado em provocar seus adversários do que em jogar futebol.

Com Vargas no lugar de Diego Costa, Cuca manteve seu 4-4-2/4-2-2-2 no Atlético-MG. Alberto Valentim manteve seu 5-2-3 no Furacão, mas não corrigiu os problemas defensivos.

Este que escreve entende bem que o gol marcado por Hulk (logo aos 23 minutos do primeiro tempo) nasceu de uma penalidade NO MÍNIMO duvidosa e que isso condicionou todo o restante da partida. Mas nem isso diminui o tamanho do atropelamento do Atlético-MG diante de um adversário que concedeu espaços demais no seu campo e se mostrava desligado em determinados momentos. Vale aqui registrar um ponto importante. O problema do Furacão não estava na escolha de uma postura mais reativa. O problema todo no fato do Athletico Paranaense não ter tirado a velocidade do jogo, controlado mais as ações no meio-campo e não ter explorado as subidas de Mariano e (principalmente) Guilherme Arana ao ataque. Também é difícil entender como Keno encontrou um latifúndio na frente da linha de cinco depois de se livrar de Erick e Léo Cittadini antes de acertar bela finalização da entrada da área no lance do segundo gol do Galo.

Vargas carrega a bola sem ser incomodado pela defesa do Athletico Paranaense antes de Keno marcar o segundo gol do Galo. O lance mostra a facilidade que o time de Cuca encontrou no jogo. Foto: Reprodução / TV Globo / GE

O segundo tempo foi praticamente uam repetição do que se viu no primeiro. O Athletico Paranaense se lançava ao ataque de maneira desorganizada e o Galo apostava nos contra-ataques e numa pressão na saída de bola que redeu ótimos frutos. Como no gol de Vargas (o terceiro do Atlético-MG) após pixotada inacreditável de Thiago Heleno na origem do lance. Alberto Valentim tentou recolocar sua equipe no jogo com a entrada de Pedro Rocha no lugar de Nico Hernández, mas só fez abrir ainda mais a defesa do Furacão e viu Hulk iniciar a jogada do quarto e último gol em lance todo construído pelo lado esquerdo da defesa do Furacão. Mesmo com as substituições promovidas pelos dois treinadores, a impressão fortíssima é a de que o Galo sempre esteve muito mais perto de fazer o quinto do que o Athletico Paranaense de diminuir a vantagem no Mineirão. Por mais surpreendente que seja, o resultado foi justíssimo.

Cuca descansou jogadores, mas não abandonou a postura mais agressiva. Alberto Valentim desfez a sua linha de cinco, mas o Athletico Paranaense seguiu sofrendo na defesa.

A verdade é que a postura cautelosa ao extremo do escrete comandado por Alberto Valentim cobrava seu preço de forma até cruel. Vá lá que o Galo vencesse o jogo por 1 a 0 com o gol de pênalti (duvidoso) marcado por Hulk. O Athetico Paranaense ainda estaria no páreo e com plenas condições de conquistar o título da Copa do Brasil nos seus domínios. A goleada sofrida neste domingo (12) só mostra como a estratégia escolhida foi mal planejada e mal executada diante de um adversário que não costuma perdoar esse tipo de erro. Ainda mais sabendo que os times de Cuca gostam de espaço e de colocar velocidade nas suas transições. Este que escreve ainda tenta entender o que aconteceu com a mesma equipe que conseguiu construir bons resultados na própria Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana diante de adversários mais fortes. O sistema defensivo do Athletico Paranaense simplesmente não existiu neste domingo (12).

Nada disso, no entanto, diminui o tamanho da atuação de Hulk, Zaracho, Vargas, Jair e companhia. Não é difícil concluir que esse Atlético-MG é tudo que Cuca sempre buscou ao longo da sua extensa carreira. Um time intenso ao extremo, veloz nas transições para o ataque e que gosta de “resolver” as coisas rapidamente. O melhor time do Brasil no momento mostra superioridade técnica e tática mais uma vez. Mesmo contra um adversário que fez de tudo para sair de campo derrotado.

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