Na tarde desta segunda-feira (28), Derek Jeter anunciou, por meio de um comunicado nas redes sociais, que não é mais CEO e acionista do Miami Marlins. O motivo citado para a saída foi a diferença de perspectiva com os outros donos do time.
No comunicado, Jeter disse: “a visão para o futuro da franquia é diferente daquela que eu assinei para liderar. Agora é a hora certa para me afastar enquanto uma nova temporada começa”.
Derek Jeter era parte do grupo liderado por Bruce Sherman que comprou o Miami Marlins em setembro de 2017 por 1,2 bilhões de dólares, com o ex-shortstop adquirindo 4% das ações. Logo que o grupo assumiu o controle da equipe, Jeter ficou encarregado de cuidar das operações ligadas ao baseball.
Depois de anos de pouco sucesso, a nova direção havia prometido transformar Miami em uma cultura vencedora, com moldes parecidos com o que a estrela do Yankees havia vivenciado em Nova York. Mesmo contratando pessoas ligadas a essa cultura, como Jorge Posada, Don Mattingly e Gary Denbo, as quatro temporadas sob o comando de Jeter não foram como esperado.
O recorde de vitórias e derrotas nesse período foi de 218-327. Com isso, o aproveitamento de 40% foi o quarto pior da liga, atrás somente de Royals, Tigers e Orioles. O único ano com mais vitórias do que derrotas aconteceu em 2020, com a temporada curta por conta da pandemia.
Além do desempenho ruim, a equipe se desfez de bons jogadores, como Christian Yelich, Giancarlo Stanton, Marcel Ozuna e J.T. Realmuto.
O ponto positivo da passagem de Jeter pelos Marlins foi o desenvolvimento de jovens promessas, como foram os casos de Sandy Alcantara, Jazz Chisholm, Jesus Sanchez e Lewin Diaz. Segundo os rankings da ESPN, o sistema de ligas menores de Miami é o quarto melhor entre os 30 times. O desenvolvimento do farm system, no entanto, foi mais uma necessidade do que uma opção, já que a equipe não investe muito em contratações – na era Jeter, eles sempre estiveram entre as quatro menores folhas salariais, o que, segundo relatos, frustrava o ex-jogador.
No lado dos negócios, Derek Jeter conseguiu um novo contrato de televisão e fechou um acordo de naming rights para o estádio. Ele também foi responsável pela contratação de Kim Ng, a primeira mulher a ocupar o cargo de general manager na MLB.
Em comunicado sobre a saída de Jeter, Sherman disse: “[temos um] profundo banco de talentos que supervisionará as decisões de negócios e de beisebol enquanto trabalhamos para identificar um novo CEO para liderar nossa franquia. O grupo de proprietários está comprometido em continuar investindo no futuro da franquia – e estamos determinados a construir uma equipe que retornará à pós-temporada e empolgará os fãs dos Marlins e a comunidade local”. No momento, Ng assumirá as operações de baseball, enquanto a COO, Caroline O’Connor, cuidará dos negócios do dia-a-dia.
COMUNICADO DE DEREK JETER
“Hoje estou anunciando que o Miami Marlins e eu estamos encerrando oficialmente nosso relacionamento e não servirei mais como CEO nem como acionista do clube. Tínhamos uma visão há cinco anos para transformar a franquia Marlins e, como CEO, tive orgulho de colocar meu nome e reputação em risco para tornar nosso plano em realidade. Por meio de muito trabalho, confiança e responsabilidade, transformamos todos os aspectos da franquia, remodelando a força de trabalho e desenvolvendo um plano estratégico de longo prazo para o sucesso.
Dito isso, a visão para o futuro da franquia é diferente daquela que eu assinei para liderar. Agora é a hora certa para me afastar enquanto uma nova temporada começa.
Minha família e eu gostaríamos de agradecer nossa incrível equipe, torcedores dos Marlins, jogadores dos Marlins e toda a comunidade de Miami por nos receber de braços abertos e nos fazer sentir em casa. A organização está mais forte hoje do que há cinco anos, e estou agradecido e honrado por ter feito parte desta equipe”.
A message from Derek. pic.twitter.com/aJN1XtryCr
— The Players’ Tribune (@PlayersTribune) February 28, 2022
