Se fazer uma mudança de paradigma em um elenco campeão é uma das missões de Paulo Sousa no Flamengo, então, ao menos neste começo de temporada, o novo “Mister” tem executado sua função à risca. Em apenas quatro partidas oficiais no comando da equipe, o português já alterou algo que era, de certa forma, tradicional: o uso de um time titular.
Afinal, nessas quatro oportunidades — com três vitórias e uma derrota, para o Fluminense, na conta —, o treinador rubro-negro já colocou 24 jogadores para atuar. O número chama a atenção por diversos motivos.
O primeiro deles é a indicação de uma “pré-temporada estendida”. Ao invés de fixar uma equipe titular, Paulo Sousa vem dando rodagem ao elenco do Flamengo. Segundo ele, a ideia é deixar todos os jogadores nas mesmas condições de jogo e de entendimento das ideias propostas.
“O ideal é que tenhamos de cinco a seis semanas de pré-temporada, com seis ou sete jogos para podermos consolidar muitos processos. Aqui, não temos tempo para fazer isso e é nessa competição que estamos oferecendo a nossos jogadores a oportunidade de ir crescendo”, afirmou o treinador, na coletiva após a vitória do Fla por 5 a 0 sobre o Nova Iguaçu, no último domingo (13).
Porém, mais do que a preparação coletiva do elenco para a temporada, Paulo Sousa diz não acreditar muito em um único time-base. Em outras palavras, o oposto do que vinha praticando o Flamengo desde a chegada de Jesus, com o uso de uma espinha dorsal com Gabigol, Everton Ribeiro, Willian Arão e cia muito bem definida.
Ele também explicitou suas ideias na coletiva do último domingo: “Vejo o jogo de uma forma diferente, procuro entender a cultura. A forma que vejo o jogo é que a equipe-base é o meu elenco, com todos que estão disponíveis e entendem o conceito Em uma temporada longa, temos te deter todos disponíveis, motivados e com conhecimento”, explicou o “Mister”.
Poucos jogadores não utilizados no Flamengo
Para se ter noção do rodízio promovido por Paulo Sousa, apenas seis atletas do grupo principal, que trabalha junto todos os dias, ainda não foram à campo. Destes, Rodrigo Caio, Bruno Henrique e Diego Alves não o foram por questões físicas. Ramon, Matheus França e Matheus Cunha, mais jovens, ainda precisam de maior rodagem com o novo treinador.

