Um dos traços mais marcantes e famosos da dita “identidade” do Palmeiras é a sua relação com goleiros. Além de ter um punhado de jogadores da posição como grandes ídolos da sua história, o clube carrega uma fama pela formação e preparação de goleiros. Resumindo, há um “ar” diferente nos arqueiros do Verdão.
Assim, quando o assunto é goleiro no time alviverde, ele naturalmente repercute. Foi o que aconteceu recentemente com Sérgio. Aposentado, ele atuou na equipe paulista por mais de 10 anos, entre duas passagens, de 1992 a 1995 e de 1999 a 2006.
O período, como o palmeirense deve lembrar, conflita inteiramente com o período em que Marcos, o Marcão, atuou e se tornou ídolo no Palmeiras. Sérgio, naturalmente, era o seu reserva, assumindo a posição nas idas do “Santo” para a seleção brasileira ou durante as várias lesões no eterno camisa 12 alviverde.
Hoje, porém, as coisas poderiam ser diferentes. Pelo menos segundo o próprio Sérgio. Durante sua participação no programa “Mesa Redonda”, da TV Gazeta, no último domingo (6), o ex-goleiro falou que não só teria um papel diferente no Verdão.
Perguntado se seria titular no Palmeiras em 2022, ele foi categórico: “Com certeza. Melhorou muito o futebol, as condições do gramado, as condições do estádio. Na nossa época, era difícil, principalmente como goleiro. Eu era muito técnico e eu tinha uma preocupação muito grande quando eu jogava, a concentração minha era elevada por questões de não falhar e atrapalhar o trabalho de um treinador, de uma equipe, enfim, da torcida, porque você é o último homem, você não pode errar”, enfatizou o ex-jogador.
Sérgio melhor que Weverton no Palmeiras?
A fala de Sérgio impacta. Para além de sua assertividade, o ex-goleiro se vê, ora, acima de Weverton, atual titular do Palmeiras e provável participante da campanha da Copa do Mundo de 2022, a ser disputada entre novembro e dezembro no Catar.
O antigo camisa 1 — Marcos era o camisa 12 — não entrou no assunto do goleiro do presente palmeirense, mas detalhou suas principais qualidades e afirmou que a posição, no geral, mudou muito de sua época para os dias de hoje, tanto no preparo, tanto na maneira em que é encarada nas arquibancadas e mesas redondas.
“Eu tinha esse trabalho de concentração e eu era muito técnico, me preocupava muito com o gramado, luz. Mas, mesmo assim, a gente errava. Mas, hoje, com o gramado perfeito, você vê a iluminação, você vê a condição dos jogadores. Você vê os goleiros hoje, eles são muito pouco utilizados dentro de uma partida. Eu, no meu tempo, era dez, oito defesas, então, hoje, você vê o goleiro que pega uma ou duas defesas no primeiro tempo, hoje, sem dúvida nenhuma, seria muito mais valorizado do que na minha época”, finalizou.

