Nesta terça-feira (8), às 13h de Brasília, o Palmeiras inicia a curta e intensa caminhada rumo ao seu primeiro título do Mundial de Clubes da Fifa. O Verdão, aliás, faz o trajeto pela segunda vez consecutiva, tendo já percorrido ele em 2021. Desta vez, porém, quer que caminho seja um pouco mais longo — e tem motivos para acreditar que ele, de fato, será.
Em 2021, você deve lembrar, o time de Abel Ferreira, recém campeão da Libertadores diante do Santos, teve uma participação bastante abaixo da crítica no torneio, sendo eliminado pelo Tigres, do México, na semifinal, e perdendo nos pênaltis a disputa pelo terceiro lugar para o Al Ahly, do Egito, curiosamente o adversário da semi da atual edição da competição internacional.
O Palmeiras, espera, porém, que o oponente seja o único ponto repetido de 2021 na campanha do Mundial de Clubes de 2022. O clube, afinal, chegou de maneira bem diferente para a disputa, com novo esquema tático, um ânimo repaginado e, principalmente, muito mais preparado — quatro vezes mais, para ser exato.
Entre a reapresentação do elenco na Academia de Futebol, no dia 5 de janeiro, em São Paulo, e a estreia de logo mais, em Abu Dhabi, passaram-se nada menos que 34 dias. O tempo é simplesmente superior em mais quatro vezes os, pasmem, oito dias que transcorreram entre o pós-título da Libertadores vencido sobre o Santos (a final foi disputada no dia 30 de janeiro) e a estreia diante do Tigres, em sete de fevereiro.
Se contarmos, então, os mais de 30 dias de férias, dados ao grupo principal desde 4 de dezembro de 2021, são quase 70 dias de tempo focado no Mundial, já que boa parte dos atletas do Palmeiras fizeram atividades por conta própria para manterem-se em forma e “adiantarem o processo”, como disse o meia Zé Rafael, na volta ao CT.
O que o Palmeiras fez com o tempo antes do Mundial
Claro que ter mais tempo não garante maior sucesso ou sequer um desempenho melhor. Mas permitiu que o técnico Abel Ferreira preparasse o Palmeiras como talvez nunca tenha conseguido desde sua chegada.
Durante esses 34 dias, o português pode, por exemplo, fixar no Verdão a formação que surpreendeu o Flamengo na final da Libertadores, com o lateral esquerdo Piquerez atuando como uma espécie de terceiro zagueiro e o meia Gustavo Scarpa variando entre um ala, um meia e um ponta, também pela esquerda.
Abel também pôde testar variações táticas, com o time atuando com quatro na linha defensiva e alternando entre três meias e três atacantes ou quatro meio-campistas e dois jogadores de frente. Além disso, houve espaço e oportunidade para observar e integrar os reforços trazidos — Rafael Navarro, Atuesta, Murilo e Jailson — e avaliar o restante do elenco, como os pontas Wesley e Veron, que devem ter ainda mais espaço em 2022, e Patrick de Paula e Gabriel Menino, que ficaram de fora da lista final do Mundial.
Para completar, o Palmeiras conseguiu testar tudo o que foi proposto e treinado, com dois jogos-treino durante a pré-temporada e mais quatro rodadas de Paulistão, nas quais venceu três partidas, empatou uma, marcou sete gols e sofreu apenas um.
Tudo isso auxiliou numa chegada mais confiante e preparada do time para o Mundial de Clubes. Mas será o suficiente para fazer uma campanha melhor? É o que veremos logo mais, às 13h.

