Em 2019, Rogério Ceni teve uma passagem relâmpago pelo Cruzeiro. O trabalho do ex-goleiro foi interrompido após um suposto desentendimento dele com Dedé após a partida contra o Ceará, pelo Brasileirão.
Em entrevista ao narrador Nilson César, no YouTube, Ceni deu sua versão sobre o que teria ocorrido nos vestiários da Arena Castelão. Apesar do curto período à frente do Cruzeiro, rasga elogios ao clube, estrutura e funcionários do dia a dia. Além disso, conta que com ele o time não seria rebaixado para a Série B.
“O Cruzeiro é um lugar muito bom para trabalhar. Um baita de um centro de treinamento, profissionais ótimos de lidar. Em relação aos jogadores, ao contrário do que as pessoas pensam, eu não tive briga com nenhum jogador. Há esta versão do Dedé que ele fala, que eu desrespeitei…eu nunca desrespeitei ninguém. Apenas acabou um jogo contra o Ceará, eu agradeci todos pela luta, dei os parabéns à todos eles. Aí o Dedé começou a falar e não finalizava. E aí eu disse: ‘Eu peço licensa a vocês, eu vou aguardar no ônibus e quando vocês acabarem nós vamos para o hotel’. E até hoje gera isso”, afirma Ceni.
“Era um grupo com ótimos jogadores, tinham jovens como o David que depois eu levei para o Fortaleza, Pedro que hoje está no Athletico Paranaense. Henrique, um baita capitão, tinha ótimos caras, referências que me ajudaram muito. Assim, foi uma passagem muito curta e lá o problema estava em um senhor que dominava o clube, não tinha a mínima condição de trabalhar, Não tenho nada para reclamar, só coisas boas a falar. Uma pena que os resultados não vieram”, acrescenta.
Ceni diz que manteria o Cruzeiro na Série A
“Eram 12 jogadores acima dos 30 anos e que eu não conseguiria escalar todos juntos, eu precisava mesclar com a juventude. Surgiu o Cacá, Fabrício Bruno, David começou a jogar comigo…e você vê que são jogadores que seguiram bem a carreira. Então, eu não tenho má vontade com ninguém, não tenho raiva, nada. Eu não cairia com o Cruzeiro, tenho certeza que com os jovens e mesclado com outros experientes, naquele ano o Cruzeiro não cairia”, concluiu Ceni.
O contrato de Ceni com a Raposa ia até o fim de 2020. Em um mês e meio, foram oito jogos, duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. Depois disso, Ceni retornou ao Fortaleza. Mais tarde, assumiu o Flamengo, onde foi campeão brasileiro, carioca e da Supercopa do Brasil.
Palavra de Dedé
“Depois, no jogo contra o Ceará, empatamos. Mas eu via que o jogo precisava de um Thiago Neves, que não entrou pelo atrito com o Rogério. Eu sou um cara que fala, então eu fui sincero”, disse Dedé durante entrevista ao podcast “Flow Sport Club”.
“Cheguei no vestiário e falei ‘pô, Rogério, não precisa ser amigo, temos que ser profissionais e tal’, e ele deu as costas. Depois disso, deu aquela confusão com diretoria, eu fiquei nervoso, e depois veio a demissão”, afirmou.
“Foi no jogo contra o Inter que teve o maior atrito com o Rogério Ceni com os atletas. O Thiago Neves deu uma declaração sobre ele ter posto o Jadson na lateral e disse que ‘jogo importante não pode inventar’. O Rogério não gostou. Aí acabou. Nosso time ficou no chão, ninguém tinha força para nada”, finalizou Dedé.

