Sem conquistar o título do Gauchão desde 2016, o Inter criou a expectativa de que o jejum pudesse se encerrar neste ano, mas frustrou a sua torcida ao cair para o Grêmio na semifinal. Agora, vê de fora o tricolor ter boa vantagem sobre o Ypiranga, de Erechim, para confirmar o seu pentacampeonato consecutivo no sábado, 16h30, na Arena, em Porto Alegre.
Convidado para integrar o departamento de futebol do Inter, o antigo dirigente Luiz Fernando Záchia, ao programa Cadeira Cativa, explicou recentemente o porquê de ter rejeitado o convite e ainda tratou dos assuntos de campo, lamentando que o colorado tenha caído para “o pior Grêmio dos últimos 15 anos”.
“O Medina começou a definir o seu grupo. Colocou o Edenilson na segunda função do meio, e eu entendo que ele, ali, rende muito mais. Tecnicamente, não vive o melhor momento. Mas acho injusto quando ele é vaiado. A zaga foi diferente abrindo mão do Cuesta. Tem que ter um cuidado nessa análise de ‘jogadores perdedos’. Cuesta foi o melhor zagueiro do Brasileirão por dois anos. Aí em 2021 foi mal. Bom, mas o time terminou em 12°, então todos foram mal. Acho que com mais uns três reforços o Inter sinaliza que pode fazer um bom Brasileiro e brigar por uma Libertadores, até porque hoje vão 7 brasileiros pra Libertadores. Mas o Gauchão era o campeonato para ganhar, mesmo que o treinador não conhecesse o grupo e usasse o estadual de laboratório. O Inter, que é mediano, ganhou dois Gre-Nais, mas ficou fora para um dos piores Grêmios dos últimos 15 anos”, avaliou Zachia.
Em relação ao convite do presidente colorado Alessandro Barcellos, Zachia lembrou que atualmente ocupa a presidência da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e que não conseguiria se dedicar inteiramente ao cargo. Neste sentido, deu uma sugestão tanto para Inter como ao Grêmio:
“Fui chamado pra conversar sobre futebol. Hoje presido uma empresa pública e não posso ficar 24h em um clube. Mas, perguntado, dei minha opinião sobre treinador, jogador, sobre o que penso pro futuro. Disse ao presidente que ele deveria combinar com o presidente do Grêmio e propor um debate de que ambos os clubes comecem a remunerar a figura política da direção. Esse vice-presidente de futebol, que é político, precisa ter dedicação total pra viajar, pra conhecer o clube, pra estar todos os dias disponível. O Papaléo é um cidadão extraordinário, só que ele também é desembargador. Tu passa a remunerar o cargo e tu vai aumentar o leque de opções”, finalizou o conselheiro colorado.

