Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, realizou neste domingo (13) uma entrevista coletiva extraordinária para explicar a situação de venda envolvendo o jovem Luiz Henrique.
Depois de receber diversas críticas da torcida nas redes sociais devido aos valores divulgados pela imprensa, o presidente do tricolor carioca disse que seguirá comprometido com a venda e ressaltou “falta de recursos”, além de “dívidas”, para seguir com a venda.
Além disso, Bittencourt afirmou que as transferências são responsáveis por quase metade de toda a receita obtida pelo clube e que não seria possível manter a estabilidade do Fluminense sem estes valores, colocando mais um ponto favorável à venda.
Por fim, o presidente do tricolor carioca culpou a pandemia do coronavírus como um dos responsáveis por ter impactado a saúde financeira do clube e que todo este processo ainda é uma reconstrução que precisa ocorrer.
Veja aspas de Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, sobre venda de Luiz Henrique
“É fato público e notório que 40% da nossa receita hoje, como publicamos no portal da transparência, vem da venda de jogadores. Em agosto de 2020, dei uma entrevista onde fui bastante criticado, mas não me arrependo. Disse que a solução era ter pelo menos 30% de jogadores da base no profissional, fazer com que eles performem e ao mesmo tempo sejam os ativos para que a gente possa vender, e não ter que se comprometer financeiramente.”
“Graças a essas vendas, conseguimos pagar uma grande quantidade de dívidas, aumentar o fluxo de caixa, investir mais no futebol, e ano a ano ir montando um time. Acreditem vocês, dentro dos padrões nacionais, é bastante austero, com folha mediana. E ainda assim entregamos.”
“Temos o seguinte cenário: depois da saída da empresa que transmitia o Carioca, em 2020, a gente recebeu pela rescisão do contrato, em 2021. Mas em 2022, essa receita zerou. Nos primeiros quatro meses do ano, não temos receita de televisão, e as do Brasileiro só começam em maio. Mesmo assim, e isso não é um crítica, quando a gente chegou em 2019, 100% das receitas de transmissão estavam comprometidas por empréstimos feitos por administrações passadas.”
“Hoje, temos 50% comprometidos. Todo esse cenário de falta de recursos, de dívidas a curto prazo, põe em risco a nossa sobrevivência. Por exemplo, temos 10 milhões para pagar de dívidas internacionais por compras de jogadores como Sornoza e Orejuela, que ainda temos parcelas importantes a pagar. A falta desse pagamento pode gerar o impedimento de transferências na janela do meio do ano, e nos retirar pontos das competições.”
“A venda de jogador faz parte do planejamento. Existem duas janelas, a do meio e do final de ano, a melhor delas é sempre a do meio. Mas precisávamos fazer vendas no final do ano para suprir algo que não é de responsabilidade do Fluminense. Está prevista uma renda mínima de transferências para que a gente possa sobreviver. Em nenhum momento, pelo fato de melhorar a performance e o elenco, eu vim dizer a vocês que o Fluminense quitou as dívidas. A gente também ficou sem bilheteria por um ano, em razão da pandemia. Todas as receitas vão para custeio do funcionamento do clube como um todo. Só para vocês terem uma ideia, só esses confrontos contra o Olimpia e o Millonarios, nos custará mais de dois milhões de reais.”

