Home Automobilismo Fórmula 1 é acusada de ignorar crimes graves no Bahrein; entenda

Fórmula 1 é acusada de ignorar crimes graves no Bahrein; entenda

Instituto enviou carta à F1 protestando sobre a falta de posicionamento da categoria em questões de direitos humanos no Bahrein

Álvaro Logullo Neto
24 anos, formado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo e, desde 2021, redator de esportes no Torcedores.com. Por aqui, um pouco de tudo: tênis, basquete, NFL, Fórmula 1, esportes olímpicos e Fiorentina... digo, futebol!

A temporada de 2022 da Fórmula 1 terá início no GP do Bahrein, no próximo dia 20 de março. No entanto, por um momento, a expectativa dos fãs dá lugar a protestos realizados por um instituto do país árabe. Trata-se do BIRD (sigla em inglês para ‘Instituto do Bahrein para os Direitos e Democracia‘).

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Recentemente, o BIRD enviou uma carta à F1 em protesto pelo prolongamento de contrato entre a categoria e o GP do Bahrein. Em fevereiro, a Fórmula 1 anunciou que vai continuar a organizar uma corrida anual no país, ao menos, até 2036. O Bahrein é sede de uma prova na F1 desde 2004.

Contudo, o BIRD entende que a categoria vem ignorando problemas relacionados a direitos humanos no país: “A F1 abandonou aqueles que foram torturados e encarcerados no Bahrein. Contradizendo, portanto, sua afirmação de que leva muito a sério a violência, o abuso dos direitos humanos e a repressão”, diz um trecho da carta.

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E os protestos não cessam por aí. “A Fórmula 1 contribuiu para o abuso e sofrimento de indivíduos. Além disso, não utilizou adequadamente a sua plataforma para pôr fim aos abusos ou para assegurar cuidados a estas vítimas”, diz o BIRD.

O Instituto ainda sugere medidas semelhantes com as tomadas pela F1 na Rússia, após a invasão à Ucrânia. Vale lembrar que a categoria já anunciou o cancelamento do GP de Sochi em 2022.

Fórmula 1 nega acusações

Diante de tais críticas, a Fórmula 1 se defendeu. Um porta-voz da F1 citado pela BBC garantiu que a organização “leva muito a sério as resonsabilidades em matéria de direitos humanos e que os mesmos foram tidos em conta aquando do processo de renovação com o Bahrein”.

“Estabelecemos elevados padrões éticos para os que fazem parte da nossa cadeia de funcionamento. Foram consagrados nos contratos e prestamos muita atenção ao seu cumprimento”, conclui a fonte.

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O BIRD, contudo, ainda quer mais. O instituto pede engajamento, também, dos protagonistas do show: os pilotos. “Defendam publicamente os direitos humanos no Bahrein e na Arábia Saudita, também nas plataformas de comunicação social”, reforça o protesto. Vale lembrar que, diferentemente do Bahrein, o GP da Arábia Saudita entrou no calendário da F1 somente na temporada passada.