O meia Paulo Henrique Ganso, hoje com 32 anos, vive uma fase boa no Fluminense. Mas, ultimamente, não tem sido assim. O jogador, que foi revelado no mesmo ano que Neymar, sendo considerado inclusive como um jogador mais talentoso que o craque do PSG, não conseguiu ter uma regularidade no futebol.
Entre vários altos e baixos, o meia escreveu uma carta para o site “The Players Tribune”, onde relembrou toda sua trajetória no futebol. Revelado em 2008 pelo Santos, Ganso disse que pensou em desistir e voltar a estudar, já que não tinha muita oportunidade.
“Nessa época, eu ficava pensando: ‘Caramba, mano, por que o Márcio não me coloca?’. O Márcio Fernandes tinha sido meu técnico na base e agora tava no profissional. Ele me conhecia, sabia do meu talento, mas nada de me escalar. E aí? Desistir do futebol? Voltar a estudar? Voltar pro Pará? Fazer o quê?”, relata Ganso.
Em outro momento, Paulo Henrique comentou sobre sua lesão no joelho em 2010. Para muitos, após essa lesão, ele nunca mais foi o mesmo. É comum inclusive, que jogadores que sofrem lesão grave, não voltam no mesmo nível de antes.
“2010 foi espetacular: campeão Paulista, Copa do Brasil, primeira convocação pra seleção… Teria sido perfeito, mas aí eu me machuquei. Várias coisas acabam passando na cabeça: Cirurgia? Fisioterapia? Como vai ser a recuperação? Será que realmente vou voltar a jogar daquela maneira como eu vinha jogando todos esses meses? Não gosto nem de pensar nisso, mas tem que ter a cabeça muito boa e saber que a recuperação vem aos poucos e que, para recuperar, você precisa se sentir importante, importante dentro de campo. Isso é fundamental pra mim.”
Ganso lembrou também de sua passagem pelo São Paulo, comentou uma declaração de Rogério Ceni e também falou sobre sua parceria com Kaká.
“Quando eu cheguei (no São Paulo), a gente já foi campeão da Sul-Americana. Lembro também do Rogério Ceni falando na TV. Fico emocionado só de recordar isso. Ele disse que eu parecia o Federer jogando, que a intimidade com a bola era muito grande. Aí passa mais um tempo e o Kaká vem pro time. Ele tem a estrela, um carisma assim que, cara, não existe. Você se sente bem só de encontrar com ele. Sou muito fã.”
Depois, Ganso comentou sobre sua passagem sem sucesso pelo Sevilla, onde ele ficou de 2016 a 2018.
“Não me sentia importante. Eu me esforçava, mas não me sentia útil. Muita gente falava “o jogo lá é muito veloz, é muito mais rápido”. Mas é você que acelera o jogo. Você dá só dois toques na bola, isso é o ser veloz. E essa sempre foi minha característica. A grande diferença mesmo do Brasil pra Europa na época era de tática, de posicionamento. Mas isso nunca foi problema. A questão é que não me deram ritmo de jogo. Nos meus dois anos de Sevilla, tivemos quatro treinadores diferentes. Quem me levou já não estava lá, e a questão da importância foi pegando.”
Agora no Fluminense, Ganso destacou que está feliz e que quer conquistar títulos no clube carioca.
“Eu quero ter mais importância dentro do Fluminense. Posso ajudar muito mais, jogar muito mais jogos, o máximo de tempo possível em campo, para conquistar títulos com o clube. É o que eu vim buscar aqui. É o que eu desejo neste ano. É com esse pensamento que eu saio todo dia de casa para treinar, com essa mentalidade que entro em campo. No que depender de mim, isso tem tudo para acontecer”, finalizou.

