Ainda não houve o anúncio oficial, mas Patrick de Paula já é jogador do Botafogo. Após uma semana de negociações, o volante deixou de ser relacionado para as partidas do Palmeiras e já até apareceu no estádio Nilton Santos, na última segunda-feira (21), para assistir a derrota do novo time para o Fluminense, na ida da semifinal do Campeonato Carioca.
Se o futuro com maior protagonismo no Glorioso empolga Patrick, seu passado no Verdão está longe de ser desprezado. Ainda que seja complexo. O volante, afinal, surgiu com muita empolgação, entregou muito para um jogador de vinte anos em menos de dois anos e, mesmo assim, sai com uma impressão de que não jogou à altura de seu potencial.
Em três atos, nós aqui do Torcedores lembramos a passagem da “cria da Academia” pelo Palmeiras, em seus momentos altos e, claro, os baixos também. Confira!
Revolução da base do Palmeiras
Patrick de Paula chegou à base do Palmeiras em 2018. Em 2020, já era titular e um dos principais destaques da equipe campeã paulista. Se tudo pareceu rápido, é porque, de fato, foi. No início de 2020, a diretoria palmeirense optou por um movimento ousado e, junto com a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, promoveu diversos jogadores do sub-20, como Gabriel Menino, Gabriel Verón e, claro, Patrick.
Os jogadores já ganharam espaço desde a pré-temporada, e consolidaram sua posição até a final do Campeonato Paulista. Junto de Menino, “PK” renovou o setor de meio de campo do Verdão e, com muita personalidade, decidiu título, que não era conquistado há 11 anos, sobre o Corinthians, numa última cobrança de pênalti, sobre uma lenda viva corintiana, o goleiro Cássio. Ufa.
Decisivo e bem em clássicos
A batida no ângulo de Cássio foi uma “mostra” do que Patrick de Paula era capaz de fazer pelo Palmeiras. Especialmente contra rivais. Sem contar a disputa de pênaltis, o volante marcou oito gols com a camisa alviverde. Três deles foram em clássicos, sendo dois destes pela Libertadores.
Houve ainda mais um gol pela competição continental e ainda outro sobre um rival recente, o Flamengo. Sem falar no gol marcado contra a Ponte Preta, na semifinal do Paulistão vencido em 2020. Personalidade e poder de decisão.
Patrick colecionou polêmicas e problemas pelo Palmeiras
O outro lado da moeda de Patrick de Paula foi sem comportamento. Com a fama repentina, o jogador foi mostrando menor foco no dia a dia e até dentro de campo. Tanto que, passada a final contra o Corinthians e a chegada de Abel Ferreira ao Verdão, ele nunca mais recuperou o status de titular absoluto que tinha no Paulistão.
A perda de foco foi até “mencionada” por Abel Ferreira em sua recente participação no programa “Roda-Viva”, da TV Cultura, e evidenciada já desde o início do ano com as contratações dos volantes Jaílson e Atuesta, além da ausência do jogador da lista final do Mundial de Clubes.
A maior parte dos problemas de Patrick foram internos, mas houve uma ocasião em que o jogador foi “flagrado” em uma festa clandestina em meio a um dos momentos de maior número de casos e mortes por covid-19 no Brasil.
Toda essa combinação, de problemas extra-campo e falta de continuidade na equipe foram minando o desempenho e, porque não, o potencial do garoto no Verdão. O volante deixa o Palmeiras como um jogador claramente diferenciado tecnicamente, que foi capaz de fazer história pelo time, mas que não conseguiu jogar tudo o que, aparentemente, pode.

