O jornal Sport revelou nesta sexta-feira (22) que Gerard Piqué tentou comprar 49% das ações do Barcelona em 2020, mas a negociação foi travada por Josep Maria Bartomeu com alegações de “conflito de interesse”.
Tudo começou no segundo semestre de 2020 quando parte do clube foi colocado à venda após estudo de perdas das receitas durante a época em que jogos não estavam sendo realizados devido ao auge da pandemia do novo coronavírus.
Em situação de crise, o clube envia Goldman Sanchs para analisar o preço que a Barça Coorporate (composto por quatro empresas: Barça Academy, Barça Licensing and Merchandising, Barça Studios e Barça Innovation Hub) poderá ter, um projeto que sob o mandato de Bartomeu. O resultado constou que a Barcelona Corporate vale cerca de 500 milhões de euros.
Para amenizar os prejuízos, o conselho de administração decidiu colocar nas mãos de uma empresa especializada, com sede em Madri, a busca de empresas interessadas em comprar 49% do Barça corporativo com cláusula de recompra dessa participação em cinco anos. Várias empresas interessadas apareceram, inclusive Gerard Piqué.
Em junho, Piqué telefonou para Bartomeu para pedir detalhes da operação que o clube está planejando e anuncia sua disposição de comprar esse percentual em nome de um fundo de investimento. O então presidente do Barcelona avisou que o negócio não seria compatível a um “conflito de interesses” por ser jogador do Barcelona.
O ídolo não desistiu e insistiu no dia seguinte na sua disponibilidade para mediar esta operação, à qual Bartomeu voltou a recusar categoricamente. O então presidente convidou sua empresa pessoal, Kosmos, para estar presente nas apresentações que o clube faria aos diversos interessados. O clube estava priorizando empresas dedicadas ao mundo do entretenimento, mas abriu uma exceção para a Kosmos para que possam ver o projeto “embora sem possibilidade de licitação”.
Em julho de 2020, a apresentação foi realizada com o gestor responsável, os executivos que lideravam o projeto e os responsáveis por cada área. Vários representantes da Kosmos participaram, incluindo Arturo Canales, agente de Piqué.
Dois meses depois, o Barcelona recebeu três ofertas que variavam de 220 milhões de euros a 275, duas de empresas americanas e uma já localizada na Catalunha (Port Aventura). Porém, foi neste momento em que Bartomeu decidiu renunciar ao cargo mediante às três ofertas da Barça Corporation em um envelope para Carles Tusquets, presidente do conselho de administração, e transfere qualquer decisão para Joan Laporta.
Com isso, Piqué ficou sem opção de intermediar nessa operação e a relação com Josep Maria Bartomeu nunca mais foi a mesma.
