Com mais de 107 anos de história, pela primeira vez a final do campeonato pernambucano foi apitado por uma mulher. Deborah Cecília apitou a partida entre Retrô e Náutico, mas a partida foi marcada por um mais um episódio lamentável. Após lance em que o VAR acionou a árbitra, Cecília expulsou Jean Carlos por uma cotovelada no adversário. Mas assim que foi expulso, o jogador partiu para cima da árbitra, o caso foi relatado na súmula como tentativa de agressão.
Deborah se pronunciou pela primeira vez sobre o ocorrido nessa segunda-feira (02). “Isso não cabe mais no meio do futebol, seja com homem ou mulher. Espero que tenha uma punição. Não pode perder a cabeça e partir para cima de pessoas. Isso não pode passar impune. Não pode passar a mão por cima disso”, disse Cecília em entrevista ao GE.
“As imagens estão aí. Ficou claro a atitude dele com relação à cotovelada no jogador. E ficou claro o meu cuidado de dar dois, três passos atrás para expulsá-lo. Se eu não dou esses passos, coisa pior iria acontecer”, relatou a árbitra, que ainda disse o que poderia ter acontecido caso o jogador não fosse contido dentro de campo.
“E se as pessoas que estão envolvidas ali, os jogadores da outra equipe, e até os próprios companheiros e a arbitragem, não entram, eu com certeza teria sido peitada e agredida sim. A gente não pode perder a cabeça e partir para cima de qualquer pessoa. No mínimo, respeito. Em qualquer profissão e qualquer gênero”, finalizou ela.
Defesa de Jean Carlos
“Em nenhum momento a xinguei. Em todo momento que fui para cima, para falar com ela, era sobre que eu tinha tentando tirar o braço dele, que não tinha dado a cotovelada, mas entendo que pelas imagens parece que eu poderia fazer algo”, disse o jogador em vídeo publicado nas redes sociais.
“Jamais encostei a mão em uma mulher e jamais encostaria. Se a Deborah achou em algum momento que isso poderia acontecer, peço desculpas a ela, peço desculpas a todas as mulheres, a todas as torcidas, a quem estava assistindo ou a quem viu alguma notícia.”
