No último sábado (14), o Internacional enfrentou o Corinthians pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo terminou empatado em 2 a 2, mas, a partida ficou marcada por um lamentável episódio de racismo envolvendo o lateral Rafael Ramos, do Corinthians, e o volante Edenílson, do Internacional. O volante do Inter acusa o lateral corintiano de chamá-lo de “macaco”.
Após a partida, torcedores cobraram uma postura mais rígida do Corinthians em relação ao lateral português. O Corinthians, porém, irá aguardar a conclusão das investigações policiais para poder tomar alguma providência com Rafael Ramos, que nega a acusação.
O Corinthians não recebeu ainda, nenhuma prova que mostra que o lateral foi de fato racista. O Timão entende que nem os policiais têm certeza de que ele chamou Edenílson, do Inter, de macaco, e, por isso, deve seguir trabalhando normalmente pelo clube. Não há neste momento orientação do departamento jurídico para que ele não seja utilizado pelo técnico Vítor Pereira.
A postura adotada pelo clube neste caso, por enquanto, é diferente da adotada em relação a Danilo Avelar, que praticou injúria racial durante um jogo online, em junho do ano passado, e não atuou mais pelo Alvinegro. Na ocasião, logo após o episódio, o Corinthians divulgou nota afirmando que estava em “contato com o atleta Danilo Avelar e seus representantes a fim de discutir e formalizar as medidas cabíveis para o encerramento do vínculo”.
Mesmo sendo dois casos semelhantes, a condução do clube em relação aos casos é diferente porque, diferentemente de Rafael Ramos, Danilo Avelar confessou o ato racista, pedindo desculpas e afirmando que errou. No caso do lateral português, o clube vai esperar o desfecho nas esferas policial e judicial.
Ainda em Porto Alegre, o lateral foi preso e autuado em flagrante por injúria racial, o que não significa que o jogador seja culpado. Ele acabou liberado em seguida, após pagamento de fiança.
De início, Ramos foi representado pelo advogado do Corinthians. Isso tem sido feito pelo atual departamento jurídico nas cidades em que a equipe joga, para agilizar o atendimento em caso de emergência. Passado o atendimento emergencial, o lateral terá que contratar outro advogado para resolver o caso de forma particular, sem envolver o clube no processo.
No domingo (15), o Corinthians soltou uma nota oficial sobre o caso.
Veja abaixo a nota na íntegra:
O Corinthians reafirma que, coerente com seus 111 anos de história, repudia e não compactua com o racismo.
O atleta Rafael Ramos foi ouvido pelo clube e deu versão diferente do incidente no Beira-Rio, durante a partida contra o Internacional pelo Brasileirão 2022. Logo depois, seguro de que não proferiu injúria racial, fez questão de se explicar a Edenilson, no vestiário do Internacional.
Em decorrência da denúncia feita pelo atleta colorado, a lei obriga que se trate o caso como flagrante, seguido de detenção. O pagamento de fiança não implica admissão de culpa, permitindo ao atleta que se defenda em liberdade no inquérito.
Clube e atleta continuarão a colaborar com as autoridades, certos de que tudo será esclarecido o mais rapidamente possível.

