O Cruzeiro Esports passa por uma das suas maiores crises da história. De acordo com o GE, o clube deve de três a cinco meses de salários atrasados para jogadores, treinadores e outros funcionários.
A falta de pagamento provocou uma insatisfação generalizada. Com isso, houve uma debandada no time mineiro, com a abertura de diversos processos na Justiça do Trabalho.
Atualmente, o projeto de E-Sports é administrado pela 7W Play, que pertence ao empresário Felipe Rossetto de Carvalho, que assumiu após a saída da E-Flix.
O estopim da história envolveu o time de Wild Rift. Os atletas, que não receberam o pagamento, consideraram interromper a participação no Wild Tour Brasil, o campeonato oficial do jogo.
Entretanto, o diretor do projeto, Pedro Mendes Cabreira, teve que desembolsar mais de R$ 25 mil para pagar as despesas para continuar no torneio. Apesar dos gastos dele, o dinheiro não foi reembolsado pela 7W.
Um jogador que participou da competição comentou para o GE, em forma de anonimato, que a falta de infraestrutura mínima e pagamento atrapalharam na preparação.
“Sem dinheiro, o pessoal começou a ficar estressado e isso refletiu dentro de jogo. Você está em uma competição gigantesca, que classifica para o campeonato mundial, vestindo uma camisa como a do Cruzeiro e sendo jogador que todo mundo conhece, é uma soma de fatores para estourar a sua cabeça e você ficar louco” desabafa o atleta ao GE.
Cruzeiro Esports não foi apenas no Wild Rift
A debandada não aconteceu apenas no Wild Rift. Nas últimas semanas, houve desligamento no Wild Rift (masculino e feminino), Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e FIFA.
Em todas elas, a justificativa foi a mesma: falta de pagamento de salários, promessas descumpridas, problemas de infraestrutura e indefinição sobre o projeto de E-Sports após a compra da SAF do Cruzeiro por Ronaldo Fenômeno.
Além deles, os times de Valorant (feminino), que igualmente saiu da organização, e Free Fire também sofreram com atrasos.
A 7W assumiu a divisão de E-Sports do Cruzeiro em junho de 2021. O responsável pelo projeto, Felipe de Carvalho, afirmou, para o GE, que não confirmava o atraso no salários, mas declarou que havia assinado acordos de distrato, com todas as pendências pagas para os atletas.
Apesar disso, alguns atletas confidenciaram para o GE que ainda não tinham recebido nenhum pagamento.
Cruzeiro se posiciona sobre o assunto
Em nota, o Cruzeiro relatou que já conhece todos os “possíveis problemas de gestão na equipe do Cruzeiro Esports”. Diante disso, o clube mineiro disse que solicitou os contratos e a prestação das contas. Além disso, ele destaca que “não serão medidos esforços” para organizar e potencializar o projeto de E-Sports.
Confira a íntegra da nota da nova direção do Cruzeiro:
“O Cruzeiro SAF tomou conhecimento dos possíveis problemas de gestão na equipe do Cruzeiro Esports e solicitou prontamente os contratos vigentes com a empresa que gerencia o projeto, bem como toda a prestação das contas que vêm sendo questionadas.
“Vale ressaltar que o projeto de esports é extremamente importante para o Cruzeiro e sua nova gestão, iniciada em 14 de abril, e que não serão medidos esforços para organizar e potencializar o Cruzeiro Esports.”

