Home Futebol Em protesto, Edenilson muda nome na web para “macaco” após sair laudo da perícia: “Luta desleal”

Em protesto, Edenilson muda nome na web para “macaco” após sair laudo da perícia: “Luta desleal”

Jogador Edenilson, do Inter, se mostrou revoltado com a perícia do IGP sobre o caso com Rafael Ramos; confira mais

Eduardo Caspary
Eduardo Caspary é jornalista formado pela PUCRS em agosto de 2014, com Especialização Digital feita entre 2016 e 2018 na mesma universidade. Apaixonado por esportes, em especial futebol e tênis. Mora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

O jogador colorado Edenilson protestou em suas redes sociais após o Instituto Geral de Perícias, o IGP, emitir laudo “inconclusivo” sobre a análise da leitura labial do jogador Rafael Ramos, do Corinthians, a quem o atleta do Inter diz ter sido chamado de “macaco” no jogo entre as duas equipes no dia 14 de maio, no Beira-Rio, pelo Brasileirão, empatado em 2×2.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Edenilson mudou o seu nome na “bio” do Instagram para “macaco” e fez o seguinte protesto nos stories, com uma imagem representando estar calado:

“Não iriam nos calar? Já nos calaram. Se ofendidos aceitem, engulam a seco. Finjam que não escutaram, é uma luta desleal. É uma luta inconclusiva!”, protestou.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

O IGP, em nota, alega ter analisado 41 frames da principal imagem extraída do vídeo da transmissão do jogo. E afirma não ser possível detectar a palavra “macaco” saindo dos lábios de Rafael Ramos. Na esfera esportiva, ambos já deram depoimento ao STJD e mantiveram suas versões.

A nota do IGP sobre o caso envolvendo Edenilson e Rafael Ramos:

“O Instituto-Geral de Perícias remeteu hoje à 2a Delegacia de Polícia de Porto Alegre o Laudo Pericial sobre o pedido de perícia de leitura labial acerca dos fatos ocorridos em jogo no Estádio Beira Rio em 14 de maio.

PUBLICIDADE

Quatro vídeos foram enviados para análise. Um deles foi selecionado, por apresentar maior extensão da cena questionada e melhor qualidade de sinal. As imagens foram tratadas com softwares de melhoramento e apresentaram qualidade suficiente para análise. Da cena questionada, foram extraídos 41 frames. 

PUBLICIDADE

Não sendo possível identificar os movimentos realizados na porção interna da cavidade oral do jogador de camiseta branca, é tecnicamente inviável localizar todos os vestígios que definem a sequência de consoantes e vogais emitidas. A maior parte dos gestos que compõem a fala ocorrem justamente no ambiente intraoral ou em outras porções internas, como a faringe e a laringe. Nem em vídeos com excelente qualidade de imagem é possível obter as informações do que se passa na parte não visível do aparelho fonador.

Sobre o pedido de exame pericial de leitura labial, ressalta-se que não foi encontrada metodologia científica, aplicada à análise forense de vídeos, que sustente esse tipo de trabalho. Existem apenas publicações sobre percepção visual da fala e aprendizagem de leitura labial. Além disso, o registro enviado não possui o som das falas que interessavam à investigação, tornando impossível a perícia de áudio.  

Por essas razões, é impróprio que a perícia criminal oficial do Estado afirme, com responsabilidade do ponto de vista processual e científico, o que foi proferido pelo jogador na cena questionada. O Laudo afirma que “sem que haja o respectivo sinal sonoro para realização de adequada análise percepto-auditiva e acústica, é conceitualmente inviável a definição confiável e inequívoca da pauta sonora proferida por um indivíduo a partir, exclusivamente, das informações relativas aos gestos articulatórios componentes que sejam exteriormente visíveis (como os de lábios e mandíbula)”. O documento afirma ainda que “resultados advindos da tentativa de mapeamento do que teria sido enunciado por um locutor questionado em uma imagem sem o áudio de fala associado (e consequente sinal acústico) seriam meramente exploratórios, representando muito mais conjecturas em torno de possibilidades anatomofuncionais do que evidências materiais per se”.”

Better Collective