O desejo de uma liga de futebol no Brasil explorada pelos clubes tem sido movido por fortes discussões. E, principalmente, pela discordância quanto à distribuição do dinheiro oriundo da comercialização de direitos de transmissão de suas partidas.
Por conta disso, um grupo de 25 equipes se reuniu na sede da CBF nesta quarta-feira (8) para acertar a criação de um bloco único para vender em conjunto os direitos de transmissão de seus jogos. As equipes são componentes das Séries A e B do Brasileirão.
O bloco surgiu como uma espécie de ‘resposta’ à criação da Libra. A entidade, criada por alguns clubes (hoje é composta por 13 equipes), quer organizar o Campeonato Brasileiro a partir de 2025 no formato de ‘liga’, mas tem encontrado fortes rusgas com times que estão descontentes com o modelo de divisão financeira das cotas de TV e streaming proposta pela organização.
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Estatuto
Presidentes de clubes reunidos decidiram pela criação do Estatuto da Libra, a Liga Brasileira de Clubes.
Decisão por unanimidade, seguindo orientação dos consultores da Alvarez & Marsal. Já a empresa LiveMode vai cuidar da confecção do estatuto. pic.twitter.com/XEZ04iJd2F
— Polidoro Júnior (@PolidoroJunior) June 8, 2022
A Libra propõe que 40% dos dinheiro arrecadado com a venda dos direitos de transmissão do Brasileirão seja distribuído igualmente para todos os clubes. Além disto, 30% seriam divididos pela performance na competição anterior e outros 30% por fatores de audiência e engajamento das equipes. A proposição do grupo criado nesta quarta é de que a parte a ser dividida de forma igualitária corresponda à metade (50%) das cotas, com a outra metade dividida em 25% entre cada quesito.
“Hoje, não existe uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro. Por isso, fundamos este grupo, para discutir o futebol brasileiro e negociar em conjunto. Não há boa vontade do lado da Libra. Com a Lei do Mandante, ninguém é mais do que ninguém”, afirmou ao GE o presidente do Atlético-GO, Adson Batista.
“Queremos um bloco que pensa o futebol brasileiro de maneira racional, e não radical. Pensando principalmente em termos um bom produto numa grande liga futura, mas precisa ter flexibilidade de todos os lados. Se for radical, vai ficar do mesmo jeito”, completou o mandatário do Dragão.
São 13 clubes (Athletico Paranaense, Atlético-MG, Internacional, Ceará, Fluminense, Juventude, Cuiabá, América-MG, Fortaleza, Atlético-GO, Avaí, Goiás e Coritiba) da Série A e mais 12 (Brusque, CSA, Chapecoense, Tombense, Vila Nova, CRB, Londrina, Operário, Sampaio Corrêa, Criciúma, Sport e Náutico) da Série B que compõem o bloco, com o auxílio das empresas Alvarez & Marsal e Live Mode.
A Libra, por sua vez, reúne 13 times (Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Botafogo, Cruzeiro, Ituano, Red Bull Bragantino, Vasco, Ponte Preta, Santos e Novorizontino). Grêmio e Bahia são as duas equipes que ainda não se pronunciaram sobre qual lado irão escolher na disputa.