Home Automobilismo “Fórmula 1 vive um momento muito forte”, avalia Felipe Giaffone

“Fórmula 1 vive um momento muito forte”, avalia Felipe Giaffone

Comentarista na Band e piloto da Copa Truck, Giaffone abriu o jogo sobre automobilismo e sua carreira; confira

Guilherme Papa
Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Editor do Torcedores.com desde maio/2022. Contato: guilherme.papa@navve.com

Em entrevista exclusiva ao Torcedores.com, conversamos com o comentarista, piloto e maior campeão da Copa Truck, Felipe Giaffone. Hoje atuando nas transmissões de Fórmula 1 e Stock Car do grupo Bandeirantes, ele respondeu diversas perguntas sobre a principal categoria do automobilismo e também sua carreira.

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A velocidade realmente corre pelas veias da família Giaffone. Felipe é filho do ex-piloto de Stock Car José Próspero Giaffone (mais conhecido como Zeca Giaffone), sobrinho do ex-piloto Affonso Giaffone Jr. e irmão do ex-piloto Zequinha Giaffone. Ainda, seu filho Nicolas compete na Fórmula 4, pela Cavaleiro Sports.

Dentre os assuntos abordados, Felipe comentou sobre a Copa Truck, o nível dos pilotos da F1, a imprevisibilidade da temporada deste ano e também sobre o automobilismo em sua família. Confira:

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Torcedores.com: Como foi a transição da Fórmula Indy para a Fórmula Truck? O que o levou a tomar essa decisão?

Felipe Giaffone: Eu sou uma pessoa muito competitiva, na Fórmula Indy entrava buscando a vitória, e continuo seguindo essa estratégia na Copa Truck. Claro que são competições diferentes, com suas particularidades, mas a emoção para mim, que é o mais importante em qualquer corrida, continua a mesma. Tomei essa decisão quando me aposentei da Fórmula Indy e procurei outro objetivo dentro do automobilismo, e me encaixei muito bem com a Truck.

T: Dentre todos os seus títulos na Fórmula e Copa Truck, qual o mais marcante?

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FG: Talvez o primeiro, em 2007. Tinha dado um tempo da Fórmula Indy, e voltar às pistas com um título foi inesquecível.

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T: Como é sua relação com Djalma Pivetta, seu colega de equipe na Iveco?

FG: É muito legal, ele começou como meu patrocinador, e com o apoio da Iveco, ele virou dono de equipe. Eu o admiro muito, ele tem uma história de vida muito legal.

T: Por que nunca tentou a Fórmula 1?

FG: No começo de minha carreira, eu via uma quantia grande de bons pilotos brasileiros tentando ir para a Europa, na busca de uma vaga de F1, e eu percebi que o mercado, que já era pequeno, estava afunilando muito. Então decidi ir para os Estados Unidos, para a Fórmula Indy. Nunca saberei o que teria acontecido se tivesse tentado, mas tomei a decisão certa para chegar onde eu queria.

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T: Como foi o convite para você se tornar comentarista da Fórmula 1?

FG: Eu já era comentarista há anos de Fórmula Indy, com o apoio de Téo José, que me impulsionou nesse meio. O convite para comentar a F1 veio depois de trabalhar como comissário de Fórmula 1, que é uma espécie de juiz, primeiro nacionalmente e depois internacionalmente, durante alguns anos. Isso acabou chamando a atenção da Globo, que na época detinha os direitos de transmissão da F1. Eles queriam alguém bem atualizado nas regras, e eu já tinha experiência de comentarista. Para mim foi uma surpresa, justamente por eu nunca ter corrido na Fórmula 1, mas fiquei feliz.

T: Como concilia a agenda da Copa Truck com a rotina de comentarista?

FG: Atualmente, estou revezando a posição de comentarista de F1 com o Max Wilson, então alternamos alguns finais de semana, o que me ajuda a competir. Além dessas duas funções, também tenho a Giaffone Racing, na qual sou como um conselheiro no local, e administro o Kartódromo Granja Viana (KGV). É uma rotina puxada, mas conto com apoio de equipe e família, o que me ajuda.

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T: Tem algum GP favorito da Fórmula 1?

FG: O do Brasil, em Interlagos, com certeza.

T: Como avalia o nível atual dos pilotos da Fórmula 1?

FG: Altíssimo. Tanto os mais experientes quanto os mais novos, todos têm potencial muito grande, e a Fórmula 1 vive um momento muito forte.

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T: Qual seu piloto de Fórmula 1 favorito em atividade?

FG: Sempre falo que não torço para ninguém na Fórmula 1, e as pessoas não acreditam, mas é verdade. Como amante do automobilismo, torço sempre para que o nível se mantenha muito alto. E é claro, quando há brasileiros competindo, torço para eles, sempre.

T: Qual piloto acha que vence o campeonato da Fórmula 1 deste ano? E a escuderia?

FG: Difícil falar. No começo, Leclerc parecia ser o favorito, pois a Ferrari havia se adaptado melhor às mudanças do regulamento de 2022. Mas agora a Red Bull tem se recuperado, então será uma briga boa.

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T: Dentre todos os pilotos que viu, qual foi o melhor?

FG: Essa é uma pergunta difícil, pois cada piloto tem uma característica. O Senna era muito forte, Piquet tinha um conhecimento técnico muito bacana… o que eu vejo, às vezes, é que o piloto que é mais agressivo, não necessariamente é o melhor piloto, então acredito que você deva ser inteligente, e saber quando ter cautela e quando dar tudo. O Verstappen amadureceu muito, o Hamilton também, Leclerc vem nesse nível.

T: Qual seria a forma de fomentar o automobilismo como um todo no Brasil?

FG: Pergunta complexa. Acredito ser um conjunto de fatores: bons promotores, boas pistas e boa administração.

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T: Seu pai, seu tio e seu irmão foram pilotos, e você também é piloto. Vê o futuro de seus filhos no mesmo caminho?

FG: Meu filho mais velho, Nicolas (17 anos), já está competindo na Fórmula 4, pela Cavaleiro Sports, e está levando tudo a sério, treinando muito e seguindo um estilo de vida regrado, de atleta, tem muito potencial para ir longe. Tito ainda é jovem, tem só 14 anos, mas já corre e já ganhou um campeonato de kart no ano passado.

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