Home Esportes Radicais No Dia Mundial do Skate, relembre 12 feras do Brasil no passado e no presente

No Dia Mundial do Skate, relembre 12 feras do Brasil no passado e no presente

Esporte chegou ao Brasil na década de 1980, foi marginalizado e hoje atrai holofotes de todo o mundo

Por Fernando Cesarotti em 21/06/2022 21:18 - Atualizado há 2 anos

Bob Burnquist anda de skate em pista sob sol
SAN FRANCISCO - AUGUST 19: Bob Burnquist rides his skateboard during the X-Games on August 19, 2000 at Pier 30 and 31 in San Francisco, California. (Photo by: M. David Leeds/Getty Images

Para celebrar o Dia Mundial de Skate, comemorado neste dia 21 de junho, o Torcedores.com preparou para você pequenos perfis de 12 skatistas que brilharam ou brilham defendendo o Brasil nos torneios mundo afora.

Lincoln Ueda

Nascido em Guarulhos, na grande São Paulo, Lincoln Ueda ganhou seu primeiro título brasileiro de skate em 1988, o mesmo ano em que o esporte foi proibido na cidade de São Paulo, numa decisão polêmica do então prefeito Jânio Quadros.

Ele reclamava da “baderna” feita pelos jovens no Parque do Ibirapuera, onde funcionava a prefeitura na época, e decidiu vetar completamente o skate. A decisão foi revogada no ano seguinte, com a posse da nova prefeita, Luiza Erundina.

Ueda foi ganhando experiência internacional, ganhando torneios ao redor do mundo e virando referência do skate para os jovens brasileiros nos anos 1990. Aposentou-se, mas segue fazendo suas manobras por aí, aos 48 anos.

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Bob Burnquist

Filho de pai americano com mãe brasileira, Bob Burnquist vivia em São Paulo na época da proibição do skate. No ano seguinte, aos 13, já participava de competições. Depois de colecionar títulos nos X-Games e em outras competições mundo afora, foi um dos precursores das rampas gigantes, inclusive participando da organização de eventos do tipo no Brasil.

Hoje, aos 46 anos, Bob divide seu tempo entre o Brasil e a Califórnia, onde tem uma rampa gigante no quintal de sua casa. No ano passado, comentou na TV Globo as primeiras competições de skate da história dos Jogos Olímpicos.

Sandro Dias

Apesar do apelido, Sandro Dias, o “Mineirinho”, nasceu em Santo André, no ABC paulista, e completa com Ueda e Burnquist a chamada “Santíssima Trindade” da história do skate brasileiro. Ficou conhecido pelos títulos e por ser um dos raros atletas capazes de executar uma manobra de 900º, ou seja, duas voltas e meia em torno de si mesmo.

Seis vezes campeão mundial na modalidade vertical, a conhecida rampa em formato de “U” que não está nas Olimpíadas, Mineirinho tem 47 anos e continua na ativa. Ocupa parte do seu tempo na manutenção de um camping de skate que recebe crianças e adolescentes para temporadas de férias, na grande São Paulo.

Kelvin Hoeffler

O skatista que nasceu na praia, em Guarujá, no litoral paulista, foi o primeiro brasileiro a ganhar medalha nas Olimpíadas de Tóquio-2020 – e o cronograma fez também com que se tornasse o primeiro skatista brasileiro a ganhar a medalha olímpica, de prata, no street masculino.

Aos 28 anos, Kelvin envolveu-se em discussões com o presidente da Confederação Brasileira de Skate, Duda Musa, e, por ora, está fora da seleção brasileira.

Pedro Barros

Pedro Barros tem 27 anos e é considerado o grande herdeiro de Mineirinho nas pistas pela radicalidade de suas manobras. Foi medalha de prata na modalidade park em Tóquio-2020. É um dos favoritos para a disputa do Mundial, em outubro, no Rio.

Fora das pistas, ocupa parte do seu tempo na criação de uma grife de street wear que, garante, serve perfeitamente para a prática do skate. “Foram testadas antes”, garante o skatista nascido em Florianópolis.

Luiz Francisco

Luiz Francisco, também conhecido como Luizinho, ficou muito perto da medalha em Tóquio-2020 – acabou em quarto lugar no park, motivo de muita reclamação dos torcedores brasileiros com os árbitros olímpicos.

Perto de completar 22 anos, o skatista que virou “o crush da galera” já acumula taças e prêmios e também é nome certo para a disputa do Mundial no Rio, em outubro.

Dora Varella

O park feminino foi a única modalidade disputada em Tóquio-2020 na qual o Brasil saiu sem medalha. Dora Varella, que completa 21 anos em julho, foi a melhor colocada, com a sétima posição.

Na semana passada, ele teve a chance de se tornar a primeira mulher a andar numa pista de mega park montada nos Estados Unidos. De vota ao Brasil, ela está treinando com a seleção e posta sempre vídeos de manobras e treinos em seu instagram. Hoje está em nono lugar no ranking olímpico

https://www.instagram.com/p/Cezci55MlHV/

Yndiara Asp

Oitava colocada no park em Tóquio-2020, Yndiara tem 24 anos e é catarinense de Florianópolis. Além de atleta de ponta, também é militante pela igualdade de prêmios entre homens e mulheres no esporte.

Em 2018, ela venceu um torneio e recebeu um prêmio de R$ 5 mil, enquanto Pedro Barros ganhou R$ 17 mil pela mesma conquista entre os homens. A foto dos dois com os cheques viralizou, e Yndiara iniciou uma luta por igualdade que vem alcançando a maioria dos torneios e, segundo dirigentes, foi decisiva para que o esporte fosse aceito nos Jogos Olímpicos.

Isadora Pacheco

Aos 17 anos, Isadora foi a décima colocada no park em Tóquio-2020 e vem colecionando bons desempenhos em torneios, mostrando que idade definitivamente não é condição para se dar bem no skate.

Nascida em Florianópolis, ela mora e treina hoje no Rio e, além do skate, também ocupa parte do tempo como garota-propaganda de uma famosa marca de perfumes.

Pamela Rosa

Paulista de São José dos Campos, Pamela ganhou sua primeira medalha numa etapa de X-Games aos 14 anos. Já tem ainda dois títulos mundiais no currículo, em 2019 e 2021. Em Tóquio-2020, sofreu com uma lesão e não conseguiu se classificar para a final, ficando com a décima posição.

Aos 22 anos, Pamela adota um estilo mais low-profile, preferindo aparecer mais pelo esporte. Na semana que vem, deve ser uma das estrelas da etapa de Roma do Circuito Mundial, que abre a contagem olímpica com foco na classificação para os Jogos de Paris-2024.

Letícia Bufoni

Se Pamela é low-profile, a paulistana Leticia Bufoni nasceu para ser estrela – e sabe disso. Com cabelos sempre pintados em cores pouco ortodoxas, aceitou sem dramas o rótulo de “musa do skate” e não sabe o que é autocensura em seu Instagram, onde se exibe e diz o que pensa sem amarras a seus quase 4,4 milhões de seguidores.

É verdade que as vezes esse estilo se choca com de outros atletas, mas o fato é que, em cima do skate, Letícia se garante. Nona colocada em Tóquio-2020, ela tem 12 medalhas em X-Games, sendo seis de ouro, e segue como um dos principais nomes do street para o próximo ciclo olímpico.

Rayssa Leal

A “fadinha” ganhou esse apelido porque usava uma fantasia de fada em suas primeiras aparições em cima do skate, ainda uma criança. Com a prata no street em Tóquio-2020, tornou-se a mais jovem medalhista olímpica da história do Brasil – e, também, uma das mais carismáticas.

Rayssa virou estrela publicitária, fazendo várias campanhas, mas não deixou de lado seu estilo simples e direto. Aos 14 anos, continua morando com os pais em Imperatriz, sua cidade natal no interior do Maranhão, e estudando na mesma escola de antes da fama, tentando concluir o ensino fundamental. No caso, correndo com as provas até esta semana para poder estar em Roma na semana que vem para mais um torneio internacional.

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