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Prêmio de MVP ajuda a explicar a história da NBA e sua inclusão e mudanças

Confira como o premio explica a história da NBA

Redação Torcedores
Textos publicados pela Redação do Torcedores.com. Contato: [email protected]

A lista de campeões da (NBA) tem exatamente 20 franquias, com o Toronto Raptors sendo a última adição. Entretanto, se vamos explicar a história dessa liga incrível usando apenas uma lista, é preciso olhar para a relação dos MVPs (Most Valuable Player, ou Jogador Mais Valioso). Note que o título do maior troféu individual da temporada não diz “melhor jogador” e sim mais “valioso”, o que por si só já abre para muitas discussões.

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Uma matéria do site de apostas esportivas online Betway apontou uma tendência que dá seus frutos depois de anos de abertura de portas e resultados impressionantes: os últimos 4 MVPs da liga de basquete norte-americana não são dos Estados Unidos, algo que de 1955-56, quando o prêmio foi criado, até 2003-04 aconteceu apenas uma vez (o nigeriano Hakeem Olajuwon em 1993-94).

O grego Giannis Antetokounmpo venceu duas vezes antes do sérvio Nikola Jokic também conquistar o bi, com duas campanhas incríveis pelo Denver Nuggets. 

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E mais: quem entrar em um site de apostas para ver as odds de MVP para a próxima temporada irá encontrar os dois, que ainda estão no auge de suas carreiras e mais o camaronês Joel Embiid e o esloveno Luka Doncic como favoritos. Ainda há grandes estrelas americanas, claro, mas a geração de LeBron James, Kevin Durant e Stephen Curry já passou dos 30 há um bom tempo e há uma entressafra atual que os estrangeiros aproveitam.

Inclusão internacional

Esse momento histórico é explicado pela abertura de portas da (NBA) nos anos 80, após uma década de 70 que foi desafiadora em termos econômicos e que chegou até a um ostracismo midiático dentro dos Estados Unidos. Com o crescimento dos anos 80 amparado pelos alicerces Magic Johnson e Larry Bird, os jogadores de fora, que sempre estiveram presentes, começaram a ter maior fama, mas em pequeno número, e talentos de todos os lugares do mundo começaram a ver a (NBA) como um lugar para jogar e um sonho a seguir.

Michael Jordan e o Dream Team de 1992 só ajudou nisso e nos anos 2000 atletas como Pau Gasol, Steve Nash (duas vezes MVP, em 2004-05 e 2005-06), Manu Ginobili, Nenê Hilário, Dirk Nowitzki (uma vez MVP em 2006-07) e muitos outros cresceram vendo Jordan e os Bulls.

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Inclusão nacional

Mas antes da inclusão internacional, a (NBA) foi o palco de algo ainda mais importante. Antes da (NBA), aliás, teve a BAA, que foi criada em 1946. Entretanto, o primeiro negro a atuar na liga foi Harold Hunter, só em 1950. A segregação nos Estados Unidos ainda era um problema enorme e o racismo enfrentado até por estrelas da liga como Bill Russell, Elgin Baylor e Oscar Robertson é chocante.

Russell é um grande nome nesse sentido, liderando a dinastia do Boston Celtics nos anos 60, tornando-se o primeiro negro MVP, a ser treinador e também o primeiro negro a ser campeão como treinador. Tudo isso quando ainda era jogador, um feito que nunca mais será repetido. 

Com o passar dos anos a (NBA) tornou-se mais inclusiva em todos os estágios e uma plataforma para atletas exporem suas visões, histórias e ajudarem em iniciativas nas comunidades onde atuam. LeBron James, por exemplo, montou uma escola em sua cidade natal de Akron, Ohio. Ainda há muito a ser feito, mas a liga sem dúvidas é uma presença positiva em causas vitais na sociedade americana.

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Diferença nas posições

Se o prêmio de MVP ajuda a entender como a liga se abriu para as pessoas e isso deu resultados, ele também ajuda a entender a forma como olhamos o basquete e entendemos o esporte. Não é uma surpresa que a partir do primeiro MVP de Bill Russell em 1957-58 até o terceiro MVP de Moses Malone em 1982-83, pivôs foram os premiados como mais valiosos na grande parte das vezes. As únicas exceções em 25 anos são Julius Erving em 1980-81, Oscar Robertson em 1963-64 e Bob Pettit em 1958-59.

Nos anos 80 o jogo abriu um pouco mais, com alas e armadores ganhando mais importância e tendo mais a bola em mãos, com a era Michael Jordan nos anos 90 basicamente criando um basquete de uma estrela no perímetro dominando todas as ações.

Os pivôs ainda continuaram com bastante prestígio, mas o basquete teve mais uma revolução recente com a chuva de três pontos e defesas menos imponentes. Com isso os pivôs sumiram na lista de MVP até aparecer Nikola Jokic. O sérvio, entretanto, está longe de ser Shaquille O’Neal, Kareem Abdul-Jabbar ou Wilt Chamberlain. Seu jogo é o de um armador no corpo de um 5, mostrando que a (NBA) realmente não cansa de se reinventar.

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