Nos últimos anos, cada vez mais se torna comum vermos o sotaque espanhol no Brasileirão Série A. Os clubes brasileiros mapeiam os países vizinhos em busca por joias com preços muito mais acessíveis do que se essas promessas fossem compradas no mercado do Brasil. Portanto, é uma estratégia viável que pode render lucro aos times, se esses jogadores forem vendidos à Europa, após valorização. Argentinos se mostram preocupados com esta tendência.
Os argentinos, no entanto, não enxergam uma solução a curto prazo, e veem suas joias reforçarem os clubes da Série A e depois serem adversários na Copa Libertadores. Anos atrás, havia a preocupação apenas com a abertura da janela europeia; no entanto, há hoje uma outra preocupação paralela: a janela brasileira.
Contudo, os ‘Hermanos’ não veem uma saída, e sim um abismo pela frente. Isso porque os principais times da Argentina perdem suas promessas para times como o Red Bull Bragantino e Fortaleza, vistos como times de ‘segunda linha’ do futebol brasileiro.
São Paulo, Palmeiras, Bragantino, Internacional e Fortaleza são alguns exemplos de equipes do Brasil que foram à Argentina nesta janela para reforçarem seus respectivos plantéis para o Campeonato Brasileiro.
Confira o destaque da ESPN Argentina sobre o Brasileirão Série A
“Jogadores argentinos que se vão ao futebol brasileiro no último tempo, são cada vez mais. Antes não havia tantos argentinos em equipes brasileiras. Sim, a moeda deles sempre foi um pouco mais valorizada do que a nossa, mas as equipes argentinas competiam, e agora não. Impossível! O que acontece? O preço que tem o jogador que sai do Brasil é mais caro do que o do que sai daqui. Eles vendem muito mais caro do que nós”, debateram os jornalistas do programa F360º, da ESPN Argentina.
“As promessas jovens, eles vendem sempre acima de 40 ou 50 milhões [de dólares]. Creio que o futebol brasileiro, sua estrutura está crescendo, a liga está melhor e muito mais forte, tem muita premiação. Tem muitas equipes jogando competições internacionais, como Libertadores, Sul-Americana; uma grande quantidade de equipes“, destacou o canal.
Além disso, a grande premiação que as equipes conseguem com a Copa do Brasil, foi destaque.
“A Copa do Brasil é terrível o dinheiro que te dá por vencê-la, e o Brasileirão o mesmo. São 18 milhões de dólares de prêmio. A Libertadores tem 20 [milhões de dólares], porém se assemelham. Então, como tem muito milhões de habitantes, pois são 200 e tanto milhões de habitantes. E Brasil tendo 220 milhões de habitantes, é óbvio que os patrocínios são mais fortes e as premiações também”, enfatizou a ESPN.
“É impressionante a quantidade de jogadores que vão ao Brasil, não? Fausto Vera já estreou com o Corinthians. O Flamengo está atento com o que acontece com o [Agustín] Rossi [goleiro do Boca Juniors]. Gallopo, no São Paulo, e Braian Romero no Inter e vai jogar com Bustos. Isso é surpreendente. Além disso, temos López, no Palmeiras, e Zaracho com Nacho Fernández, no Atlético-MG. Além de Britez no Fortaleza, e Calleri [no São Paulo], que o compraram, e Cano que caiu com o Vasco, ao lado de Benítez”, completou.
Argentinão
Portanto, mediante ao alto número de argentinos no Brasil, os jornalistas lançaram um trocadilho de que o Campeonato Brasileiro parece o Campeonato Argentino.
“Assim o Brasileirão, parece o Argentinão, em algum momento, por ter muitos com nacionalidade argentina [risos]”, completou o veículo sobre o Brasileirão Série A.

