Ex-chefe da Fórmula 1 volta a criticar Lewis Hamilton e defende Nelson Piquet
Lewis Hamilton segue sendo alvo de crítica por ex-CEO que, desta vez, defendeu fala racista de Nelson Piquet
Lewis Hamilton, piloto da Fórmula 1 - Clive Mason/Getty Images
Lewis Hamilton foi alvo de críticas, mais uma vez, por parte de Bernie Ecclestone, ex-Chefe da Fórmula 1. Cheio de polêmicas aos 91 anos, o ex-mandatário disparou contra o piloto inglês após a fala de Lewis de que nomes que são antigos no esporte devem ficar de lado, quando apenas compartilham opiniões negativas. E a fala do heptacampeão mundial, que ficou em 3º no último GP da Inglaterra, foi provocada por Nelson Piquet, após sua fala racista.
Mas Ecclestone, que ganhou fama por falar contra Lewis Hamilton, de 37 anos, estava entre os que defenderam Piquet, entre os nomes da Fórmula 1.
“Nelson nunca se esforçaria para dizer algo ruim, certamente. [A palavra ‘neguinho’] provavelmente não é apropriado para nós, mas provavelmente não é algo terrível que acontece se você disser isso no Brasil”, afirmou Ecclestone, referindo-se à entrevista de 2021 que veio à tona com Nelson Piquet, insultando Lewis Hamilton de forma racista, o que foi prontamente condenado pelos fãs do automobilismo mundial e pela própria FIA.
Lewis Hamilton voltou a correr em alto nível e conseguiu, no GP da Inglaterra, em Silverstone, o 3º lugar no pódio, podendo, inclusive, ter vencido a corrida em alguns momentos. Para o britânico, Piquet e Ecclestone são irrelevantes em um apelo para dar mais oportunidades à geração mais jovem e diversificada.
“Nas últimas duas semanas, acho que não se passou um dia em que alguém que não foi relevante em nosso esporte por décadas não tenha dito coisas negativas e tentado me derrubar”, explicou Lewis Hamilton, referindo-se à Piquet e Ecclestone. “Mas ainda estou aqui e continuo forte. Estou focado no meu trabalho e pressionando pela diversidade e inclusão em nosso esporte”, acrescentou.
Porém, em entrevista com Blick, na última segunda-feira (4), Bernie Ecclestone rebateu a fala de Lewis Hamilton. O ex-CEO afirmou que o piloto “esqueceu” de muita coisa ao criticá-lo, porque ele se ofereceu para pagar parte de seu salário quando a Mercedes não conseguiu atender às suas demandas.
“Lewis Hamilton esqueceu de muito. Quando a Mercedes não quis pagar o que ele pediu, eu imediatamente disse que pagaria a diferença. A Fórmula 1 precisa de alguém ‘de cor’ [de acordo com tradução da fala de Ecclestone], um chinês e uma mulher”, afirmou o ex-CEO.
Bernie Ecclestone também deu uma entrevista ao programa ‘Uncensored’ [sem censura, na tradução], onde sugeriu que suas opiniões extremas sobre o racismo sofrido por Lewis Hamilton implicam que ele simplesmente ‘não entende’. Mas passou a descrever a opinião do piloto inglês, sobre a geração mais velha ter que ser ‘silenciada’ ao emitir opiniões negativas, como ‘lixo’.
“Uma carga completa de lixo”, argumentou Ecclestone. “Se ele está se referindo a mim, não há nada que eu tenha feito. Ele deveria até pensar um pouco. Seu pai e eu estávamos conversando sobre entrar no negócio há pouco. Eu não sou racista. Muito pelo contrário, na verdade, dizer coisas assim é completamente de um louco”, concluiu.
No Brasil, a fala racista de Nelson Piquet sobre Lewis Hamilton se tornou alvo, inclusive, de uma ação civil pública ajuizada por quatro entidades, nesta segunda-feira (4), segundo o jornal “O Globo”. O documento foi protocolado no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, onde solicitam uma indenização de 10 milhões de reais para a população preta. A ação foi resultado da entrevista à “Motorsports Talks”, onde Piquet teve falas racistas e homofóbicas, referindo-se ao heptacampeão mundial como “neguinho” e disse que o piloto “devia estar dando mais c* naquela época”.

