Após seis corridas, a Scuderia Ferrari voltou a terminar um grande prêmio da temporada 2022 da Fórmula 1 em primeiro, ao ver Carlos Sainz subir o lugar mais alto do pódio, em Silverstone.
No entanto, a sensação que ficou para fãs e analistas de automobilismo é que a equipe de Miranello errou na estratégia adotada para as voltas finais.
Tudo se encaminhava para uma dobradinha ferrarista com Charles Leclerc em primeiro e Carlos Sainz em segundo.
Entretanto, um problema mecânico apresentado pelo carro de Esteban Ocon (Alpine), na volta 39, obrigou a entrada do safety car. A Ferrari optou por manter Leclerc na pista e chamou Sainz para o pit stop.
LAP 39/52
Ocon reports issues before stopping yards before Copse corner
⚠️ SAFETY CAR ⚠️#BritishGP #F1 pic.twitter.com/CGDvDbVONw
— Formula 1 (@F1) July 3, 2022
O detalhe é outros rivais como Lewis Hamilton e Sergio Pérez também pararam para trocar o jogo de pneus e se tornarem mais competitivos.
No fim das contas, o monegasco não conseguiu sustentar a liderança e terminou o GP de Silverstone em quarto lugar.
Além disso, viu a diferença em relação ao atual líder da Fórmula 1, Max Verstappen, ainda ser relativamente grande: 43 pontos.
Nesta segunda-feira (4), dia seguinte à corrida, o chefe da Ferrari, Mattia Binotto, explicou a decisão de manter Leclerc na pista e priorizar Carlos Sainz.
“Neste momento era senso comum priorizar o carro líder protegendo as posições da pista. Não há nada de incomum nessa estratégia, sempre priorizamos o carro líder e, portanto, Charles nessa situação”, iniciou.
“Ele estava com pneus mais novos naquele momento e, se tivesse parado, nossos adversários teriam feito exatamente o oposto e ganhado posição na pista com pneus duros quase novos”, argumentou.
Para sustentar a avaliação, Mattia Binotto recordou a última corrida da temporada 2021 da Fórmula 1. “Basta pensar em Hamilton no final da temporada do ano passado em Abu Dhabi, quando ele ficou na pista”, disse.
“Ao mesmo tempo, decidimos colocar Carlos na estratégia oposta para cobrir todas as oportunidades”, prosseguiu.
“Se não tivéssemos feito essa estratégia dividida, teríamos arriscado perder a corrida e entregar a vitória aos nossos adversários”, acrescentou Binotto.
Ferrari compreende frustração de Leclerc
A transmissão oficial da Fórmula 1 flagrou Mattia Binotto conversando em tom aparentemente mais ríspido com Leclerc após a realização do GP de Silverstone.
Com o dedo indicador em riste, o chefe da Ferrari aparentou que estava dando uma bronca no piloto monegasco. O italiano destacou que Leclerc ficou sim frustrado com o resultado final.
“Quando você está confortavelmente liderando uma corrida com apenas algumas voltas e não vence, é natural sentir decepção. Mas a decepção de Charles também é nossa decepção. Ganhamos juntos e perdemos juntos”, observou.
“Estamos tão frustrados quanto ele com seu resultado porque a maneira como ele pilotou foi incrível e mostrou, mais uma vez, o quão forte ele é. Charles ganharia a corrida se não fosse pelo safety car”, reconheceu.
Ferrari espera surpresas na Fórmula 1
O mês de julho ainda reserva três corridas para os fãs de Fórmula 1. O GP da Áustria está marcado para ocorrer no dia 10. A França sedia a corrida seguinte no dia 24. Uma semana mais tarde, é a vez do GP da Hungria.
“Há mais três corridas desafiadoras chegando antes das férias de verão e, como Silverstone mostrou novamente, cada corrida deste ano é absolutamente imprevisível. Garantiremos que temos nossos carros prontos para o desafio”, disse Mattia Binotto.
Elogios a Carlos Sainz
Binotto também destacou o crescimento do piloto espanhol. “Os meus sentimentos não mudaram. Estou muito satisfeito com o desempenho do Carlos, não só na corrida, mas durante todo o fim de semana”, falou.
“Sua confiança está crescendo de forma constante e ele lida bem com condições difíceis. Sua primeira vitória foi apenas uma questão de tempo, sabíamos disso desde o início e, não só foi fantástico para ele, mas também ótimo para nós como equipe vê-lo no degrau mais alto do pódio”, finalizou o chefe da Ferrari.
