Numa cena emblemática, Arnaldo Cezar Coelho encerrou a Copa do Mundo de 1982. O árbitro conseguiu a honra de comandar a decisão vencida pela Itália contra a Alemanha Ocidental por 3 a 1, no estádio Santiago Bernabéu. No apito final, Arnaldo pegou a bola e a ergueu como um troféu. Ele celebrou com Galvão Bueno os 40 anos da final em Madrid, completados nesta segunda-feira (11), no programa “Bem, Amigos!”.
Na atração, Arnaldo Cezar Coelho contou que Galvão foi o primeiro que soube que o brasileiro apitaria a final. O narrador trabalhava em sua primeira Copa do Mundo pela Rede Globo. Entretanto, o então árbitro tinha a intenção de contar para o saudoso comentarista Sérgio Noronha, com quem Galvão Bueno fazia dupla nas transmissões na Espanha.
“O Sérgio e o Galvão encontravam comigo em quase todos os jogos, e nós íamos jantar juntos. E o Sérgio Noronha foi meu companheiro de praia. E eu sabia o hotel onde ele estava. Liguei, falei: ‘senhor Noronha, por favor’. Aí o camarada do hotel transferiu para o quarto. Caiu no Galvão”, recordou Arnaldo.
Bem-humorado, Galvão Bueno comentou o telefonema do amigo. Ao atender, ouvia o interlocutor gritar “sou eu, sou eu”. “Eu perguntava: ‘sou eu o quê?’. E ele: ‘eu que vou apitar a final’. Ele queria falar com o Sérgio Noronha. Eu atendi, e ele falou para mim”, divertiu-se o locutor.
Jogo extra em caso de empate na final da Copa do Mundo de 1982
Arnaldo Cezar Coelho lembrou no “Bem, Amigos!” que, caso a decisão entre Itália x Alemanha Ocidental terminasse empatada, haveria uma partida extra dois dias depois, numa terça-feira. Dessa forma, o israelense Abraham Klein, que apitara uma semana antes a derrota do Brasil para a Itália no Sarriá, conduziria o jogo desempate. Na decisão da Copa do Mundo, Klein era um dos assistentes.
Descontraído, Arnaldo contou que o israelense estava na torcida pelo empate e que até tentou dar uma “contribuição” para os alemães, em desvantagem no placar. “Eu tinha feito uma preleção e falado: ‘vocês não são gandulas. A bola saiu para lateral, deixa a bola lá’. Aí na primeira ele foi lá e pegou. Eu olhei para a tribuna, para os inspetores. Na segunda, olhei para ele e falei: ‘e aí?’. E ele querendo que o jogo empatasse”, declarou.
Somente em duas oportunidades, brasileiros apitaram a final da Copa do Mundo. No Mundial seguinte, em 1986, caberia a Romualdo Arppi Filho a primazia de comandar a vitória argentina sobre os alemães no México.

