Milly Lacombe dá conselho e diz o que Cuca deve fazer para “se livrar da história do estupro”

O técnico Cuca voltou ao Atlético-MG e junto a isso retornaram mais uma vez as sombras do caso de estupro que o mesmo teria cometido ao lado de ex-companheiros em 1987, na Suíça.

Em meio aos trabalhos de sucesso como treinador, Cuca sempre é revisitado sobre o crime que teria sido cometido contra uma adolescente em Berna, durante uma excursão do Grêmio. Prova disso foi o comentário sucinto da jornalista Ana Thaís Matos durante o Seleção SporTV pouco após a volta do técnico ao Atlético-MG ser oficializada.

“A galera esquece muita coisa em relação ao Cuca, inclusive”, disse ela, remetendo ao caso.

Quem também revisitou o caso foi a jornalista Milly Lacombe, colunista do UOL Esporte, que deu um “conselho” para Cuca. Ela disse o que o treinador do Galo deveria fazer para “se livrar” da história.

“Diante disso, o que Cuca deveria fazer para se livrar da história do estupro? Deveria revisitá-la publicamente. Não basta se manifestar com cara de vítima, usando santinho na corrente em volta do pescoço e metido numa camiseta com motivos de Nossa Senhora dizendo com o olhar baixo que é inocente mesmo tendo sido investigado e condenado. É preciso falar claramente sobre esse passado sombrio. É preciso falar — como vocês gostam de dizer — que nem homem. Olhando de frente. Sem rodeios. Sem firulas. Sem vitimização porque a única vítima da história em questão é uma menina de 13 anos”, escreveu Milly em sua coluna no UOL Esporte.

Cuca e companheiros foram presos na Suíça

O então meio-campista chegou a ficar quase um mês preso após o caso na Suíça, enquanto o Grêmio seguiu seu tour pela Europa. Após serem soltos, todos seguiram normalmente com suas carreiras, mesmo condenados pela Justiça local a 15 meses de prisão. Além de Cuca, estiveram envolvidos também Henrique, Eduardo e Fernando.

Milly Lacombe, ainda em sua coluna no UOL Esporte, então apontou uma sugestão sobre o que Cuca poderia dizer para “se explicar” sobre o caso.

“Não se trata de espinafrar para sempre, se trata de manter o foco na vítima e de se colocar na posição de predador, que é o que um estuprador é: errei, cometi um crime, me arrependo, hoje sei a gravidade do que fiz e sei que a vida daquela criança vai ficar para sempre impactada pela violência que cometi. Quero ser aliado. Tenho filhas. Não quero que elas vivam nesse mundo onde homens podem fazer com o corpo de uma mulher o que bem entenderem. Uma coisa mais ou menos assim seria um ótimo começo. Mas o pacto de Cuca é com os demais acusados e condenados, com os parceiros no crime, e não com a gente.”