O diretor financeiro do Corinthians, Wesley Melo, afirmou que o clube já fez mais de R$ 150 milhões em pagamentos à Caixa Econômica Federal referentes ao financiamento da Neo Química Arena, e o que o novo acordo anunciado com o banco estatal esta semana poderá ser cumprido apenas com rendas do próprio estádio, como previa o compromisso inicial.
“O Corinthians já tinha pago cerca de R$ 165 milhões até 2017, depois o fluxo de caixa acabou não permitindo mais pagamentos”, contou o dirigente em entrevista ao ge.globo. O assunto voltou à tona depois de declarações da presidente da Caixa, Daniela Marques, à rádio Jovem Pan, de que o clube “não pagou nada”.
Esse valor, segundo o dirigente, vinha de arrecadação da bilheteria do estádio, conforme acordo firmado na época da construção do estádio; o problema é que, com o tempo, e especialmente após a pandemia de covid-19, quando as arenas esportivas foram fechadas ao público por mais de um ano, o clube deixou de fazer os pagamentos.
Na época da construção do estádio, o Corinthians contraiu um empréstimo de R$ 400 milhões junto à Caixa. Porém, devido aos juros, a dívida hoje é estimada em R$ 611 milhões, com correção anual pelo CDI (quase equivalente à taxa Selic, hoje em 13,25%) + 2%.
Boa parte do montante será pago com a venda dos naming rights. O grupo Hypera Pharma, dono da marca Neo Química, fechou um acordo com o Corinthians de R$ 300 milhões em 20 anos, e essa verba está 100% reservada ao fundo que paga o financiamento do estádio.
Pelo acordo selado nesta semana com a Caixa, o Corinthians começará a quitar os juros do financiamento em 2023. A partir de 2025, também pagará o principal (valor de empréstimo contraído). O novo contrato prevê parcelas trimestrais a serem pagas até o fim de 2041, quando, enfim, a obra poderá ser quitada.
Segundo o dirigente, sem que o Corinthians tenha que tirar dinheiro de outras áreas, como a arrecadação de direitos de TV, patrocinadores de camisa e negociação de jogadores. “A arena será autossustentável. Nesse momento, a arena está com capacidade de receita grande em termos de bilheteria, de camarotes e outras propriedades. Começamos a fazer mais eventos. Ela é sustentável, e a expectativa é de que sobre dinheiro mesmo a partir de 2025. A arena não é problema, mas solução”, concluiu Wesley Melo.

