O Bahia anunciou a contratação do lateral-direito Marcinho, de 26 anos, que estava sem clube desde que deixou o Athletico-PR, no começo do ano.
Porém, a chegada do novo jogador teve reprovação por parte da torcida. O lateral é réu por ter atropelado e provocado a morte de dois professores no Rio de Janeiro, em 2020.
Nas redes sociais do Bahia, na publicação do anúncio do jogador, os torcedores cobraram toda a diretoria tricolor, principalmente o presidente Guilherme Bellintani e o vice-presidente, Vitor Ferraz. Também foi possível ver manifestação de torcedores pedindo um posicionamento dos patrocinadores do clube.
A “Tricoloucas”, uma das torcidas organizadas do Bahia, se manifestou e repudiou a contratação. Ela afirmou que o “futebol não é e nem deve ser palco para criminosos.”
“Em um espaço onde tomamos pessoas como ídolos, não faz jus ter um assassino ocupando um posto que não lhe cabe” diz um outro trecho do manifesto da organizada.
Recentemente, o Bahia tem adotado diversas campanhas contra racismo, homofobia, machismo, entre outras práticas que fere os direitos humanos. E o protesto pela contratação vem de encontro com isso. As manifestações chegaram até a grupos políticos dentro do Bahia. A Nova Ordem Tricolor, por exemplo, considera como “inadmissível” a contratação.
A Convergência Tricolor que, inclusive, faz parte da base de apoio do presidente Guilherme Bellintani, afirmou que a atitude da diretoria “vai de encontro aos valores sociais e humanitários difundidos pelo clube”.
Mesmo após as manifestações contrárias, o Bahia confirmou a contratação e não pretende cancelar o negócio.
Relembre o acidente envolvendo Marcinho
Marcinho, que foi revelado pelo Botafogo, em 2016, atropelou os professores Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima, no Rio de Janeiro, em dezembro de 2020, quando ainda tinha contrato com o Fogão. Ambos morreram.
O lateral fugiu sem prestar socorro às vítimas. Com o contrato se encerrando no final do ano, Marcinho acabou não renovando com o clube carioca.
Desde então, o jogador assumiu que estava na direção e responde por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), agravado por ausência de prestação de socorro.
O processo ainda corre e se ele for condenado, a pena varia de dois a quatro anos de prisão.
Em março de 2021, Marcinho foi para o Athletico-PR, mas também sofreu com perseguição por parte da torcida. Em fevereiro deste ano, o clube paranaense rescindiu o contrato com o lateral. A situação ficou insustentável depois que ele cometeu um pênalti na final da Recopa, contra o Palmeiras, já nos acréscimos, quando o Athletico vencia a partida.
No fim, o título ficou com o Palmeiras. Desde fevereiro o lateral estava sem clube.

